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Nacional
Sexta - 08 de Dezembro de 2006 às 16:05

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Do G1 - Os advogados dos pilotos norte-americanos Jan Paladino e Joe Lepore consideraram preconceituosa e discriminatória a forma como seus clientes foram tratados na sede da Polícia Federal em São Paulo, onde estiveram nesta sexta-feira por seis horas para prestar depoimento sobre o acidente do jato Legacy, que pilotavam, com o Boieng da Gol, que deixou um saldo de 154 mortos em 29 de setembro.

Segundo os advogados, os pilotos chegaram à PF às 7h45 e foram informados de que seriam indiciados antes mesmo de prestar esclarecimentos ao delegado da Polícia Federal Ramón Almeida da Silva, que preside o caso.

José Carlos Dias, um dos advogados e ex-ministro da Justiça, disse que o delegado afirmou ter um despacho, mas quando ele pediu para ver o documento, Silva teria dito que não o tinha redigido ainda. Após o anúncio do delegado, José Carlos disse que orientou os pilotos a ficarem em silêncio durante todo o interrogatório.

O advogado se declarou “contra o ato desse delegado, que foi absolutamente preconceituoso e discriminatório, que faz parecer que tem um conteúdo político, como que procurando encontrar responsáveis por aquele acidente, como que desculpando todos aqueles que pertencem e que representam o governo, que deveria estar garantindo o espaço aéreo brasileiro”.

Acompanhado do filho e também advogado Théo Dias, José Carlos afirmou que os pilotos estavam dispostos a responder o que fosse necessário. “Eles têm justificativas para todas as decisões tomadas em todas as etapas do vôo. Eles são vítimas sobreviventes desse acidente”, afirmou Théo.

Segundo ele, os pilotos tinham autorização de São José dos Campos para voar a 37 mil pés, altitude em que ocorreu o acidente na região da Serra do Cachimbo. O advogado afirmou que não houve nenhuma orientação para que os pilotos mudassem de altitude.

Segundo os advogados, os pilotos serão indiciados com base no artigo 261 do Código Penal, por terem exposto ao perigo a segurança do tráfego aéreo, cuja pena é de 2 a 5 anos de reclusão, com a qualificadora culposa, ou seja, sem intenção de causar o acidente com o vôo 1907. Eles vão responder ao processo em liberdade e nos EUA. “Eles não precisariam estar aqui para serem indiciados”, disse Théo.

O advogado informou que os pilotos vão prestar uma declaração juramentada nos EUA, uma espécie de depoimento, que é válido para o inquérito aqui no Brasil. Mas Théo não soube informar a data em que isso vai ocorrer.





Fonte: G1

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