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Nacional
Sexta - 08 de Dezembro de 2006 às 15:08

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O governo chinês liberou ontem mais 800 mil toneladas de grãos de seu estoque regulador para tentar conter a alta dos preços no mercado interno, elevando para dois milhões de toneladas o volume disponibilizado desde novembro. "O governo vai intervir periodicamente no mercado por intermédio da distribuição de suas reservas de cereais", assinalou Zhang Liwei, diretor da Administração Nacional de Cereais.

A Agência de Notícias Xinhua afirmou que a proximidade da Festa da Primavera (Ano Novo Lunar), em fevereiro, está puxando a produção de farinha. "Os chineses costumam elevar o consumo produto para preparar suas massas, na tradicional receita da passagem de ano", frisa a reportagem.

Para Zhang, a liberação do estoque regulador já está influenciando o comportamento do mercado doméstico. "Os preços caíram da faixa de US$ 211 a US$ 218 para a faixa de US$ 201 a US$ 208 por tonelada", afirmou.

Uma fonte ouvida pela Agência Estado, no entanto, disse que as fortes exportações puxaram os preços dos cereais. "A NRDC (Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento) aprovou a exportação de 4 milhões de toneladas de milho. As províncias do nordeste do país, por exemplo, estão se preparando para exportar 1,5 milhão de toneladas nas próximas semanas", expressou.

De acordo com a fonte, os agricultores continuam apostando na alta dos preços do milho. "Os estoques dos moedores e das indústrias de alimentos estão baixos. Além disso, o cenário internacional continua favorecendo o aumento das cotações".

"A tonelada de milho está sendo negociada entre US$ 215 e US$ 218, devido à crescente procura por etanol no mercado internacional para fins de mistura com a gasolina", avalia a Xinhua.

A prolongada estiagem que atinge algumas regiões chinesas também vem sendo apontada como co-responsável pela subida dos preços dos cereais. Em Shandong, segundo o Diário do Povo, província que responde por 10% da produção agrícola nacional, a seca dizimou cerca de 3,33 milhões de hectares da safra de inverno de trigo. Ao mesmo tempo, outros 233 mil hectares ainda não foram semeados em função da falta de chuvas.

Conforme as projeções do Centro Nacional de Informações de Grãos e Azeite, a produção chinesa de cereais deverá aumentar pelo terceiro ano consecutivo, para 490 milhões de toneladas na safra 2006/2007. Apesar do "ligeiro aumento das produções de milho, trigo e arroz", as autoridades chinesas acreditam que a safra de soja totalizará 15,5 milhões de toneladas, com um recuo de 400 mil toneladas frente a 2005.

A Agência de Notícias Xinhua também informou que o governo central adquiriu 42 milhões de toneladas de cereais desde setembro, a fim de elevar seus estoques reguladores.





Fonte: AE

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