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Politica Brasil
Quinta - 07 de Dezembro de 2006 às 07:49

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Diante da falta de providências do Palácio do Planalto, do Ministério da Defesa, do comando da Aeronáutica e da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) para o apagão no tráfego aéreo, o governo enfrentou ontem uma reação política em cadeia que levou o Congresso a criar duas comissões externas de investigação e a pedir, até pela voz de aliados do Executivo, a demissão do ministro Waldir Pires (Defesa). Até o início da noite, o Planalto era pressionado a montar uma espécie de 'gabinete da crise', mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evitando levar o problema para o palácio presidencial, não dava sinais de que adotaria a medida.

Da parte do presidente da Anac, Milton Zuanazzi, a medida mais concreta foi uma previsão otimista: a de que a situação nos aeroportos vai se normalizar hoje, com os atrasos voltando ao porcentual de 11% registrado na segunda-feira. O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) reagiu às críticas e sinalizou que o governo não vai agir com pressa: "O importante é não ter pressa neurótica, temperamental, para enfrentar a crise. É preservar o limite científico e técnico de segurança dos passageiros. O governo tem de escolher entre dois valores: a vida dos passageiros e o desgaste político. É preferível o desgaste político."

O presidente, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, cobrou de seus auxiliares 'medidas urgentes' contra o caos. Mas concordou com a avaliação de que Pires e o comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno, têm sido ineficientes na condução da crise. A tendência é de que ambos deixem os postos na reforma ministerial que Lula anunciará até o fim deste mês.

Uma das hipóteses discutidas é a de que a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, assuma o comando de um grupo de gestão encarregado de administrar a crise. Nesse caso, ela desempenharia papel semelhante ao do ex-ministro Pedro Parente, que, em 2001, durante o governo Fernando Henrique, gerenciou o apagão do setor elétrico. Mas o temor é que a opção por Dilma leve a crise para dentro do Planalto, desgastando Lula.

Enquanto isso, revezaram-se nas cobranças diretas ao governo, dentro e fora do Congresso, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), o senador Delcídio Amaral (PT-MS) e os oposicionistas Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Tanto a Câmara como o Senado criaram comissões para investigar a crise e decidiram cobrar informações diretamente da Defesa e da Aeronáutica. A que foi aprovada pelos deputados pode até ser o embrião de uma CPI do Apagão. Ela será ligada diretamente à Comissão de Defesa e de Relações Exteriores da Casa e deve ser presidida por Alceu Collares (PDT-RS).

"Waldir Pires não tem mais condições de ser ministro da Defesa", atacou o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), logo depois de votar pela criação da comissão. "Só um país anestesiado e completamente letárgico pode aceitar o caos que estamos vivendo", disse Tasso.





Fonte: AE

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