Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 06 de Dezembro de 2006 às 18:51

    Imprimir


Um assistente próximo do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, procurou minimizar hoje a importância da ameaça de redução do apoio americano ao governo do Iraque, que surge com o pedido da comissão de alto escalão por mudanças diplomáticas e militares que permitam a retirada da maior parte das tropas dos Estados Unidos do país árabe até o começo de 2008.

O Grupo de Estudo do Iraque, liderado pelo ex-secretário de Estado James A. Baker III e o ex-congressista Lee Hamilton, recomenda que os EUA "reduzam seu apoio político, militar e econômico" ao Iraque caso o governo de Bagdá não apresente progressos substanciais em sua capacidade de garantir a segurança do país.

O relatório também pede para que a administração tente engajar adversários dos EUA como a Síria e o Irã na diplomacia como parte do esforço para estabilizar o país - apesar de George W. Bush ter afirmado anteriormente que ele não iria negociar com nenhum dos dis países. O relatório também insta o governo a aumentar o número de tropas de combate e outras unidades que dão apoio às tropas iraquianas.

O assessor de Al-Maliki, que pediu para não ser identificado, disse que o país tem reservas de petróleo o suficiente para sobreviver a qualquer redução na ajuda econômica americana e que as forças iraquianas estão bem em seu caminho no sentido de assumir as operações de segurança no país. O assessor afirmou pensar que as recomendações do grupo levariam a uma "revisão" da estratégia no Iraque, mas não uma "mudança drástica".

Falah Shanshal, parlamentar xiita pertencente ao bloco leal ao clérigo anti-EUA Muqtada al-Sadr, disse que os iraquianos que devem resolver seus próprios problemas e que o país pode seguir sozinho. "O Iraque exporta petróleo, somos um país rico, e não precisamos de tal apoio (econômico)", disse a repórteres. "O Iraque é capaz de formar seu próprio exército sem ajuda de outros."

Alguns militares enviados ao Iraque não são tão otimistas em relação ao preparo do Exército iraquiano, e lhes agrada a idéia de focar o papel do Exército dos EUA no treinamento, apesar de serem céticos sobre a efetividade de tal medida. "Eles não são realmente habilidosos. Eles se sentam e bebem chai (chá) em vez de fazer suas patrulhas. Eles têm medo do que precisa ser feito", afirmou o soldado Diego Cabezas, 20 anos.

O político curdo Mahmoud Othman afirmou pensar que os EUA querem reduzir gradualmente seu apoio ao governo iraquiano para pressioná-lo a aumentar os esforços no sentido de acabar com as milícias e controlar a violência sectária. "Essa é uma política de dois lados, pode ser negativa pois de acordo com a Convenção de Genebra, os ocupantes são responsáveis pelo país em todos os aspectos e devem assumir a responsabilidade, não abandoná-la", disse antes da divulgação do relatório. "Reduzir o apoio ao governo iraquiano poderia levar a resultados negativos, mas por outro lado, pode levar o governo iraquiano encarar a realidade e fazer algo para encerrar com o caos.





Fonte: AP

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/255938/visualizar/