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Politica Brasil
Terça - 05 de Dezembro de 2006 às 12:27

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O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, da Venezuela, deverão tratar, no encontro de quinta-feira, em Brasília, questões relativas a energia. Entre esses temas estão a exploração das jazidas de gás Mariscal Sucre, na Venezuela, pela Petrobras, em parceria com a PDVSA, e outro projeto conjunto das duas empresas que é a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Os presidentes também tratarão do projeto mais ambicioso de construção de um gasoduto, que a partir das jazidas venezuelanas levaria gás ao Brasil, ao Uruguai, Argentina e Chile. Trata-se de um dos mais emblemáticos projetos da integração energética sul-americana.

Questionado sobre a intenção de Chávez de adotar em seu país a reeleição indefinida, Amorim mostrou-se cauteloso, mas deixou claro que essa receita não se adequaria ao modelo brasileiro. "Não achamos isso bom para o Brasil. Comenta-se que há fortes correntes contra a reeleição indefinida (na Venezuela)", afirmou. "Acreditamos que o governo Chávez não fará isso por decreto, mas de uma forma que envolva a vontade popular".

Amorim, que participou pela manhã da reunião de altos funcionários sobre direitos humanos do Mercosul, no Ministério da Justiça, ressaltou ainda que a possibilidade de alternância no poder, a partir da igualdade de posições na disputa eleitoral é muito importante para a democracia. Ele lembrou ainda a declaração do subsecretário de Estado americano para a América Latina, Tom Shanlon, que recentemente qualificou a Venezuela como uma democracia. Segundo Amorim trata-se de um bom começo para a retomada do diálogo entre a Venezuela e os Estados Unidos.

O ministro também não descartou a possibilidade de um encontro entre os presidentes do Brasil e da Bolívia, em paralelo à Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações, nos próximos dias 8 e 9, em Cochabamba. Mas afirmou que o governo brasileiro espera ter a oportunidade de um "encontro mais estruturado" entre Lula e Evo Morales.

Questionado sobre a lei de reforma agrária, aprovada pelo Senado boliviano, Amorim mostrou-se novamente cauteloso, visto que a medida poderá afetar os grandes plantadores brasileiros de soja naquele país. Amorim ressaltou que o presidente Evo Morales garantiu várias vezes que a propriedade produtiva não será atingida pela reforma agrária. Mas ao ser questionado sobre a possibilidade de a definição de propriedade produtiva ter sido feita por comitês de camponeses, o ministro ressaltou: "Vamos discutir com o governo boliviano para que haja critérios de racionalidade nessa questão".





Fonte: AE

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