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Nacional
Terça - 05 de Dezembro de 2006 às 09:23

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São Paulo - Estudo do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que a maior proporção de ocupados ganhando até um salário mínimo está na Região Nordeste. A partir de dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese de 2005 de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal, divulgados ontem, a entidade mostrou que a cidade do Recife é a que tem maior número de ocupados ganhando até um salário mínimo, com 39,9%. Em seguida aparece Salvador, com 37,1%.

O menor porcentual foi verificado em Porto Alegre, onde 12,8% dos ocupados ganham até R$ 350, e no Distrito Federal, com 16,9%. O resultado de São Paulo é semelhante, com 17,3% recebendo até um salário mínimo. Por fim, em Belo Horizonte, 24,6% dos trabalhadores estão nessa faixa salarial.

O Dieese ressaltou que nas cinco regiões a maior parte dos ocupados recebe entre um e dois salários mínimos, com exceção de São Paulo, onde é mais freqüente a faixa salarial entre dois e cinco mínimos (35,2% dos ocupados). A entidade ainda destacou a quantidade de trabalhadores que recebem menos do que um salário mínimo nas regiões do Recife (23,7%) e de Salvador (20,9%).

Com relação ao perfil de remuneração segundo as categorias de ocupação, o Dieese constatou a importância do salário mínimo para os assalariados do setor privado, com ou sem carteira assinada, e para os trabalhadores domésticos. Entre 23% a 25% dos trabalhadores sem carteira assinada de Belo Horizonte, Salvador e Recife recebem exatamente R$ 350. Já no Distrito Federal, a proporção é de 17,5%, e em Porto Alegre e São Paulo de 11% a 13%.

A proporção dos trabalhadores com carteira assinada que recebem um salário mínimo já é bem inferior, como se pode ver nos resultados de Recife e Salvador, com cerca de 15% dos trabalhadores nesta situação; Belo Horizonte, com 9%; Distrito Federal com 6%; e Porto Alegre e São Paulo com 2%.

No caso dos domésticos, em Salvador 43% recebem um salário mínimo, e cerca de 33% dos trabalhadores de Recife, Distrito Federal e Belo Horizonte estão na mesma situação. Em Porto Alegre e São Paulo, é o caso de 13% a 16% dos trabalhadores domésticos.

Já entre os autônomos, sobressai a incidência de remunerações inferiores a um salário mínimo, como foi verificado entre os trabalhadores de São Paulo, Recife e Salvador, na proporção de cerca de 50%. O Dieese relacionou o resultado à dificuldade que esses trabalhadores têm de conseguir clientes.

O estudo revelou que o salário mínimo tem maior relevância nos rendimentos de mulheres, jovens e negros. Em 2005, no Recife, 51,6% das mulheres recebiam até um mínimo, enquanto 30,6% dos homens tinham a mesma faixa salarial. O resultado se repetiu em Salvador, onde 48,5% das mulheres e 26,8% dos homens ganhavam até R$ 350; em Belo Horizonte, com 35,4% das mulheres e 14,8% dos homens, assim como nas demais cidades.

Para o Dieese, apesar de o salário mínimo ter incidência entre trabalhadores de todas as idades e não poder ser considerado um salário de jovens, o valor tem maior importância para os mais jovens, principalmente nas regiões de Belo Horizonte, São Paulo e Distrito Federal, onde de 35% a 40% dos jovens entre 16 e 24 anos recebem um salário mínimo.

Em todas as regiões pesquisadas, os ocupados negros ganham menos do que os não-negros e têm peso maior na faixa de um salário mínimo. Em Salvador por exemplo, quase 20% da população negra recebe um salário mínimo, enquanto os não-negros na mesma situação são cerca de 10%. Já no Recife quase 20% dos negros ganham um mínimo, ante cerca de 13% dos não-negros.





Fonte: Agência de Notícias

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