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Internacional
Segunda - 04 de Dezembro de 2006 às 02:10

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BUENOS AIRES - As três principais organizações de produtores rurais começaram uma greve, no domingo, que se prolongará até o dia 12 de dezembro, em protesto contra a política agrária do presidente Nestor Kirchner e em reclamação de que seu governo deve intervir nos mercados.

A resposta governamental foi atribuir a medida política e recordar que os produtores agrários estão obtendo bons lucros, devido a desvalorização do peso no começo de 2002 e da decisão oficial de manter um tipo de cambio alto, que favorece as exportações.

A medida de força foi disposta pela Sociedade Rural Argentina, que agrupa os grandes negociantes de gado, por Confederações Rurais Argentinas e pela Federação Agrária Argentina, que agrupa pequenos e médios proprietários.

A greve consiste em não enviar animais aos mercados e nem que comercializem grãos. Mas com o câmbio normal o abastecimento de produtos perecíveis como lácteos, frutas e verduras.

O secretário de comércio interior, Guillermo Moreno, declarou, no domingo, para a imprensa que "não podemos ter a comida dos argentinos a preços internacionais, porque para isso, a Argentina é produtora e exportadora de alimentos"

Moreno completou que os produtores rurais "não têm um mercado doméstico na ascensão mas querem ter os mercados externos, como uma forma de ter uma grande rentabilidade. Mas se querem que o povo argentino coma a carne a preços internacionais, isto é impensável".

O secretário do comércio afirmou também que "não há dúvida sobre a política internacional política da greve" e lembrou que "o limite das ganâncias (dos produtores) são as necessidades do povo argentino".

Os organizadores asseguram que não faltará carne para o consumo doméstico durante os nove dias de sua duração, "porque os frigoríficos estão abastecidos".

Luciano Miguens, da Sociedade Rural, declarou, na véspera da greve, limitar principalmente as vendas da carne para fora. O governo justificou sua intervenção em dois motivos centrais: propender uma menos redistribuição da renda nacional, através das retenções, que favoreçam os setores de menor entrada e impedir que o aumento do preço da carne, principal alimento dos argentinos, provoque um aumento inflacionário.

A ministra da economia, Felisa Miceli, em uma declaração entregue à imprensa, manteve que "a greve é injusta, com um forte conteúdo político ideológico. Nos anos noventa, quando se fundiam (os produtores rurais) em lugar de ter greves, aplaudiam os dirigentes políticos que levaram o país a ruína".




Fonte: Agência EFE

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