Violência derruba expectativa de vida dos homens no RJ e em SP

No Rio de Janeiro, a expectativa de vida dos homens é 8,9 anos menor que a das mulheres, o que representa a maior diferença por Estado do País. De acordo com dados da pesquisa Tábua de Vida 2005 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira, enquanto a expectativa das mulheres é de 77 anos, a dos homens é de 68,1 anos no Estado. De acordo com o Instituto, a criminalidade é um dos fatores preponderantes para essa situação. Na média nacional, a diferença é de 5,8 anos.

Segundo Juarez de Castro Oliveira, coordenador da pesquisa, o que explica esse número é o alto índice de violência vivido nas grandes metrópoles. "O caso do Rio de Janeiro é emblemático, já que mais de 70% da população do Estado vive na região metropolitana", disse.

São Paulo apresenta dados semelhantes, com uma diferença de 8,5 anos. Enquanto a expectativa das mulheres é de 78 anos, a dos homens é de 69,5 anos. Estima-se que retirando-se as mortes violentas, a expectativa de vida dos homens poderia ser dois anos maior.

Juarez explica que os homens são as principais vítimas da violência - tanto no que diz respeito à criminalidade, como no referente a outras "causas externas", como acidentes de trânsito e de trabalho.

No que diz respeito à violência relacionada à criminalidade, ele diz que ela vem atingindo níveis cada vez menores de idade, a partir dos 15 anos.

O coordenador de Segurança Pública e Direitos Humanos do Viva Rio, Pedro Strozenberg, afirma que as principais vítimas de violência no Estado do RJ estão justamente entre os homens de 15 a 24 anos, que compõe a principal "mão de obra" relacionada ao crime. "Isso acentuou-se na década de 90 e a idade dos mortos vem diminuindo com o passar do tempo".

Para ele, essa curva só irá inverter o sentido principalmente com políticas de controle de armas. "A repressão ao crime também precisa de novas iniciativas, trocando o enfrentamento pela inteligência", diz.