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Nacional
Sexta - 01 de Dezembro de 2006 às 16:48

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Carnavais de preservativos, desfiles e ações de propaganda apelando para intensificar a proteção nas relações sexuais marcaram o Dia Mundial de Luta contra a Aids na Europa e na Ásia.

No mundo, 39,5 milhões de pessoas são soropositivas ou têm a doença, das quais 25 milhões vivem na África negra, segundo estimativas da ONUAids, organismo das Nações Unidas criado há 10 anos para coordenar o combate à doença em escala mundial.

De acordo com a ONUAids, a epidemia continua progredindo, com 4,3 milhões de novos infectados em 2006.

Na Índia, país com maior número de soropositivos no mundo, foram celebradas várias passeatas de doentes, que exigiram do Estado que pague a totalidade das despesas médicas.

"SOS - Exigimos o prolongamento da nossa vida", dizia um cartaz atrás do qual centenas de manifestantes desfilaram em Nova Délhi. Vestindo camisetas pretas com a inscrição "soropositivo", os participantes do protesto pediram que o Estado custeie a totalidade do seu tratamento e não apenas os medicamentos básicos.

Este país asiático tem 5,7 milhões de pessoas infectadas, um número só inferior ao da África do Sul.

Na Tailândia, os manifestantes se reuniram no parque Lumpini de Bangcoc, usando bonecos para ensinar como se usa o preservativo feminino. Cerca de 500 estudantes e ativistas desfilaram pelas ruas do centro da capital tailandesa, fazendo balões de preservativos nos quais atiravam flechas para impulsionar os programas de prevenção.

A eles se somaram representantes da Organização Farmacêutica do governo da Tailândia, um dia depois de o ministro da Saúde anunciar a quebra da patente do medicamento contra o vírus HIV Efavirenz, de alto custo, fabricado pela gigante farmacêutica Merck.

De seu escritório em Manila, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também pediu aos dirigentes da região Ásia-Pacífico que redobrem seus esforços na luta contra a Aids.

Cerca de 8,6 milhões de pessoas vivem com a doença nesta região, segundo números da OMS.

Na Europa, o premier britânico, Tony Blair, pediu aos líderes religiosos que "encarem a realidade" e parem de reprovar o uso do preservativo no combate à Aids.

As declarações de Blair foram feitas depois que o papa Bento XVI encomendou uma pesquisa que poderia pressupor uma mudança na postura da Igreja Católica perante o uso do preservativo e depois que o presidente americano, George W. Bush, considerou a abstinência como "o único meio de evitar o contágio sexual por HIV/Aids".

Na França, o presidente Jacques Chirac alertou para o aumento da Aids no país, onde "cerca de 7.000 pessoas foram contaminadas no ano passado", durante cerimônia de inauguração de uma obra com o formato do famoso laço vermelho, símbolo da luta contra a doença.

Cerca de 20 empresas européias, como Heineken, Total, Accor e L''Oreal, assinaram em Paris uma "declaração de compromisso" de combate à Aids nos países onde atuam, principalmente da África.

Neste continente, a África do Sul anunciou um plano de luta contra o HIV/Aids, que visa reduzir à metade o número de pessoas contaminadas nos próximos cinco anos, principalmente tentando convencer os jovens a retardarem o início de sua vida sexual.

Este é um dos países mais afetados pelo vírus HIV, com 5,5 milhões de soropositivos ou doentes de Aids, dos quais 240.000 têm menos de 15 anos.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, instou nesta quinta-feira os dirigentes e cidadãos do mundo a assumirem mais responsabilidades na luta contra a doença, que matou mais de 25 milhões de pessoas em 25 anos.

"A responsabilidade, tema deste Dia Mundial, exige que cada presidente ou primeiro-ministro, que cada legislador e político decida e declare: ''a Aids é assunto meu''", afirmou Annan.





Fonte: AFP

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