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Politica Brasil
Sexta - 01 de Dezembro de 2006 às 07:31
Por: Rodrigo Vargas

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Em menos de 10 meses, deputado pode novamente ser inocentado no segundo processo de cassação que sofreu

Absolvido pelas urnas em outubro, o deputado federal Pedro Henry (PL) deverá escapar ileso de seu segundo processo de cassação em pouco menos de dez meses. A possibilidade foi insinuada ontem pelo deputado Mussa Demes (PFL/PI), relator do processo que apura o suposto envolvimento do parlamentar com a máfia dos sanguessugas.

Em reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Demes criticou o teor do relatório parcial da CPI dos Sanguessugas. Segundo ele, as afirmações contidas no documento foram precipitadas, sob a influência de interesses eleitorais.

"Os deputados não deveriam ter vindo ao conselho antes da conclusão das investigações na CPMI, que tem poderes que o conselho não tem, como o de quebra de sigilo bancário", afirmou Demes, que ontem dispensou as testemunhas de defesa arroladas por Henry e deu por encerrado o trabalho de investigação.

Antes, porém, ouviu o depoimento do deputado mato-grossense. Durante sua fala, Henry rejeitou a acusação de que teria recebido da família Vedoin uma caminhonete avaliada em R$ 48 mil como pagamento pela proposição direcionada de emendas para o esquema.

Na versão do parlamentar, o que houve foi um empréstimo para sua campanha de 2002. O veículo teria sido devolvido aos Vedoin antes de ser deflagrada a Operação Sanguessuga. "Esse fato foi confirmado nos depoimentos do (Luiz Antônio) Vedoin", afirmou.

Não foi a única menção a depoimentos de Luiz Antônio. Em outro momento, Henry lembrou que o empresário admitiu não ter havido acerto de comissão entre eles. Disse ainda inexistir registro de depósitos da Planam em sua conta corrente. “Fiz questão de anexar cópia do meu extrato bancário de 2002, ano de toda essa polêmica”.

Henry relatou ter conhecido o empresário Darci Vedoin – pai de Luiz Antônio e também dono da Planam – em 1993, quando este prestava serviços de assessoria para prefeituras. À ocasião, o parlamentar ocupava o cargo de vice-prefeito em Cáceres (município a 220 quilômetros de Cuiabá). "Ele prestava assessoria a várias prefeituras. Mantenho um relacionamento de amizade com ele. Não vou negar esse fato".

Embora tenha admitido essa relação, ele assegurou que nada sabia sobre o esquema de fraudes e superfaturamento que Darci comandava. E negou que outro amigo, Gilson Oliveira dos Santos, tenha sido coordenador de sua campanha. Santos recebeu R$ 35 mil da Planam em sua conta bancária, mas garantiu ter sido em pagamento por serviços de consultoria.

Acusado de ser um dos beneficiários do chamado mensalão, Henry foi absolvido pelo Conselho de Ética em março deste ano. Em outubro, foi um dos quatro deputados reeleitos entre os 67 acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas – o sexto colocado em Mato Grosso, com 73 mil votos.

TETÉ – Ontem, a imprensa nacional veiculou a informação de que a deputada Teté Bezerra (PMDB/MT) teria sido indiciada pela Polícia Federal por crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. A decisão teria sido tomada logo após um depoimento da parlamentar à PF.

O advogado Luiz Antônio Possas de Carvalho, que representa a parlamentar, apresentou uma versão diferente. “A deputada nunca poderia ser indiciada pela PF, pois tem foro privilegiado. Tal decisão, se houvesse, caberia ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ela apenas decidiu, espontaneamente, prestar depoimento”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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