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Cidades/Geral
Quarta - 29 de Novembro de 2006 às 09:30

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São Paulo - A afirmação atribuída ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que ele não pretende mexer na Previdência Social no seu segundo mandato causou surpresa a empresários e especialistas. Há consenso entre eles de que a reforma previdenciária é essencial para o ajuste fiscal pretendido para acelerar o crescimento da economia.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que o governo, se quiser promover cortes nos gastos públicos, não tem alternativa senão a de encaminhar ao Congresso um projeto de reforma da Previdência Social.

"Sem dúvida, o País vai precisar de reformas estruturais, na Previdência e na área tributária. Não há muita opção", declarou Skaf, que participou ontem à noite da cerimônia de posse da nova diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Quero crer que, pelo bem do País, o governo enfrentará o que for necessário para não criar um ambiente hostil ao crescimento", acrescentou.

Para Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp , "a tarefa de pôr o Brasil na rota do crescimento exige coisas chatas que contrariam interesses, não são só alegrias". "Pretender uma mudança de rumo sem ter chatices é se conformar em não mudar nada."

Ex-ministro da Previdência no governo Fernando Henrique Cardoso, o consultor José Cechin afirma que essa reforma deve ser decidida no início do próximo mandato de Lula. "Sem essa reforma, o País ficará restrito a taxas de crescimento irrisórias de 2% a 3% ao ano." Para o ex-ministro, o sistema atual apresenta desequilíbrios estruturais que não podem ser solucionados apenas com um choque de gestão eficiente.

Para o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Edgard Pereira, se o governo não quer mexer na Previdência, precisa mostrar qual é o perfil do ajuste fiscal que pretende para o País. "Queremos saber como essa conta se fecha."

Exceção

O ex-ministro da Previdência Social no governo Sarney, Raphael de Almeida Magalhães defendeu medidas de gestão para equilibrar as contas da Previdência Social. Segundo ele, não há necessidade de uma mudança constitucional agora. Ele defendeu, no entanto, que no futuro seja determinado o fim do tempo de contribuição como critério para a aposentadoria.

"A única coisa que eu admitiria é que o tempo de contribuição deixe de ser fator para a concessão da aposentadoria porque a aposentadoria não é um acréscimo de renda, mas um substituto de renda que se destina às pessoas que perdem a capacidade de trabalhar."





Fonte: Agência de Notícias

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