MST permanece na sede do Incra em São Paulo

Cerca de 150 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) permanecem no interior da sede paulista do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no centro da capital paulista. Segundo a Polícia Militar, o grupo se concentra no estacionamento e na parte da frente do prédio. A ocupação teve início às 8 horas de ontem.

Os integrantes do movimento que estavam na sede do Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), no bairro da Bela Vista, deixaram o local depois de serem recebidos por dirigentes do instituto. Em nota divulgada no final da noite de ontem, o MST esclareceu que mantém a invasão ao prédio do Incra porque não houve avanços na negociação para a realização da Reforma Agrária.

Segundo a nota, na reunião com uma comissão de sem-terra, o diretor-executivo do Itesp, Tibério Leonardo Guitton, e a secretária da Justiça, Eunice Aparecida de Jesus Prudente, alegaram que não poderiam atender as reivindicações do movimento, que apontam no sentido da aceleração da arrecadação das terras devolutas e reestruturação do Itesp. Eles alegaram que somente o governador do Estado, Cláudio Lembo (PFL), pode fechar o acordo com os trabalhadores rurais. Diante disso, o MST pediu uma audiência com o governador para negociar as reivindicações.

O comunicado informa também que Eunice teria se comprometido pessoalmente a promover o encontro com Lembo ainda nesta semana. "Vamos sair do Itesp porque nos deram a garantia de que seremos recebidos pelo governador Lembo", declarou a integrante da direção estadual do MST Cláudia Praxedes.

Os integrantes do movimento acampados no Incra vão continuar no prédio até que sejam recebidos pelo superintendente do órgão em São Paulo, Raimundo Pires Silva. "Continuaremos aqui para negociar e para garantir a negociação com o governo estadual", ressaltou Cláudia.