PF afirma desconhecer tortura contra Gedimar em MT

O escrivão da Polícia Federal, Paulo Gomes, disse nesta tarde que não tem conhecimento que Gedimar Passos, um dos investigados por participar da tentativa de compra do dossiê contra tucanos, tenha sido torturado por policias federais em Cuiabá (MT). "A gente não faz isso com bandidos que comprovadamente cometeram delitos. Imagine se vamos fazer com colegas".

Gedimar afirmou nesta terça-feira, em depoimento à CPI dos Sanguessugas, que foi torturado pela Polícia Federal (PF). Gedimar, que é ex-agente da Polícia Federal, disse que passou cerca de 13 horas em uma sala com a porta trancada, com água até a sua canela, sem poder comer, dormir ou ir ao banheiro. Isso teria acontecido na madrugada de terça-feira, já em uma carceragem em Cuiabá (MT). Gomes disse que na PF não existe nenhuma sala que comporte colocar água que cheguem às canelas das pessoas.

A Polícia Federal de Mato Grosso informou nesta tarde que Gedimar Passos, ao chegar em Cuiabá, foi interrogado por policiais federais. Após o interrogatório, ele fez exame de corpo de delito no Instituto Médio Legal de Cuiabá e depois foi encaminhado para o Presídio Pascoal Ramos. "Se aconteceu algo no Pascoal Ramos, não é responsabilidade nossa", disse Gomes.

Segundo a PF, o delegado Diógenes Curado, responsável pelo inquérito, fez contato com o diretor do presídio para encaminhar Gedimar para o local, pois a PF não tem custódia (prisão). No dia seguinte, Gedimar retornou para a PF para ser ouvido.