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Nacional
Segunda - 27 de Novembro de 2006 às 17:36

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O tráfico de pessoas é hoje a terceira atividade comercial ilícita mais lucrativa do mundo. Só perde para o contrabando de drogas e de armas, segundo informações do Ministério da Justiça. Essa atividade movimenta US$ 31,6 bilhões por ano. A maioria das vítimas de tráfico internacional é composta por mulheres brasileiras que têm entre 15 e 27 anos que se rendem a uma promessa de trabalho e enriquecimento fácil na Europa.

Essas mulheres, segundo o ministério vêm, em sua maioria, de Goiás, Paraná e Minas Gerais, respectivamente, e normalmente são aliciadas por taxistas, donos de boates e agências de modelos. Além das mulheres, crianças e adolescentes também são aliciadas e, normalmente, servem para a exploração sexual ou mão-de-obra escrava em países como Itália, Portugal e Espanha.

Segundo a secretária nacional de Justiça, Cláudia Chagas, o perfil das vítimas é dividido em duas partes: o primeiro é formado por mulheres humildes que recebem convite para trabalhar no exterior e são enganadas. “Ela acha que vai trabalhar em um hotel ou que vai ser babá e ao chegar em outro país tem os documentos retidos e se torna presa da organização criminosa”, disse a secretária.

O segundo perfil é o da profissional do sexo no Brasil que recebe um convite para trabalhar na Europa. “Ela imagina que vai ganhar mais dinheiro, mas não sabe que vai ser escravizada, não sabe que vai ser vítima de uma organização criminosa”, ressalta. Cláudia Chagas participou hoje (27) da assinatura de acordo do governo brasileiro com Portugal para a execução do segundo projeto de controle do tráfico doméstico e internacional de pessoas no País. O primeiro acordo desse tipo vigorou de 2002 a 2005. “Foi aí que se deu o início ao combate de tráfico de pessoas pelo governo brasileiro”, disse.

Segundo Cláudia Chagas, para essa nova versão do acordo, já há financiamento de US$ 100 mil do governo da Suécia e da Noruega. “E estamos captando recursos no Brasil e no exterior”. Cláudia disse que o projeto tem o objetivo de conhecer melhor e trabalhar com as vítimas, além de cuidar da prevenção contra esse tipo de crime. “Na sensibilização da sociedade e dessas potenciais vítimas”, afirmou.

Para o secretário adjunto de Administração Interna de Portugal, José Magalhães, é preciso “assumir sem ilusões que hoje o Brasil é uma das principais origens de pessoas traficadas para toda a União Européia”. Segundo ele, o tráfico internacional de pessoas é um dos negócios mais lucrativos do mundo. “É uma atividade considerada fácil e de baixo risco. A missão que temos conjuntamente é torná-la mais difícil e de alto risco”, explicou.

Também acontece em Brasília, até amanhã (28), o 1º Seminário Luso-brasileiro sobre Tráfico de Pessoas e Imigração Irregular.





Fonte: Agência Brasil

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