Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 25 de Novembro de 2006 às 19:40

    Imprimir


Os equatorianos irão às urnas neste domingo para votar no próximo presidente do país e deverão escolher entre o esquerdista Rafael Correa, amigo do líder venezuelano, Hugo Chávez, e o magnata de direita Alvaro Noboa, aliado dos Estados Unidos.

Uma pesquisa do instituto Cedatos-Gallup divulgada na véspera mostra Correa na liderança, com 52% das intenções de voto, contra 48% para Noboa, o que significa um empate técnico diante da margem de erro. O número de indecisos é de 17%.

A sondagem da mesma empresa divulgada no dia 17 de novembro dava a Noboa 52% das preferências, contra 48% para Correa, indicando que o milionário havia perdido 18 pontos em relação ao adversário.

Noboa saiu vitorioso no primeiro turno, em 15 de outubro, com 26,8% dos votos válidos, contra 22,8% para Correa.

Ao longo da campanha, os dois, um em cada ponta do espectro político, tentaram atrair o mar de indecisos apelando para a mesma arma: propagar o pânico, diante de um resultado adverso.

Correa promete integrar o Equador ao "novo socialismo" da América Latina, ao lado dos governos de Chávez, do argentino Néstor Kirchner e de Luiz Inácio Lula da Silva.

O candidato da esquerda recusa o livre comércio com os Estados Unidos e a ampliação do convênio com os americanos para as operações antidrogas a partir da base de Manta (sul do Equador), além de criticar a política externa do presidente George W. Bush.

"Chávez é meu amigo, qual é o problema?! Bush é amigo da família (do líder da Al-Qaeda) de Bin Laden. Cada um é livre para escolher seus amigos", disse Correa.

Por outro lado, Noboa promete atrair os investimentos externos, promover o livre comércio com os Estados Unidos e ampliar as relações com o presidente colombiano, Alvaro Uribe, a quem apóia em sua luta contra as guerrilhas marxistas.

O milionário de 56 anos, candidato pelo Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian), adverte que um governo do esquerdista transformará o Equador em "outra Cuba" e deflagrará uma "guerra civil no país".

"Correa pretende montar um ministério com terroristas e chavistas - o mais extremo da esquerda -, comunistas que querem uma insurreição", ameaçou Noboa na véspera, em seu discurso de encerramento de campanha no porto de Guayaquil.

"Sabemos que você é comunista e que quer que corra sangue entre o povo, recessão e desemprego, governar como um ditador", acrescentou, em uma clara mensagem a Correa.

Quase que simultaneamente, o candidato do movimento civil Aliança País pedia o voto dos indecisos para evitar que o Equador se torne "uma fazenda bananeira".

"Não queremos ser um povo de mendigos, nem uma fazenda bananeira do herdeiro mais rico e convencido do país", gritou no comício com o qual terminou sua campanha em Quito.

O ex-ministro da Economia também pediu aos indecisos para "consolidar" a vitória e ironizou um pedido similar feito por Noboa, de joelhos e quase chorando.

"O Equador vencerá as carteiras corruptas que quiseram comprá-lo. Acharam que éramos mendigos e hoje estão de joelhos chorando lágrimas de sangue", frisou.

Será em meio a essa troca de acusações que os 9,2 milhões de equatorianos irão votar, na expectativa de superar uma aguda crise de instabilidade que impediu, na última década, que os três presidentes eleitos concluíssem seu mandato, pressionados por revoltas populares que acabaram com sua destituição no Congresso.

Correa, chamado por seu rival de "diabo comunista" e "rei do mal", acrescentou mais tensão, às vésperas da votação, alertando que a campanha de Noboa "e seus sócios da oligarquia" tentarão uma fraude. Para evitar que isso aconteça, convocou seus partidários para que acompanhem, inclusive, os caminhões militares que vão transportar os votos.

Na sexta-feira, a missão observadora da OEA - questionada por Correa por sua "suposta parcialidade" - avaliou que as votações serão disputadas e pediu aos candidatos que tranqüilizem seus simpatizantes.

"Pedimos calma aos candidatos e a seus seguidores, para que esperem os resultados oficiais antes de qualquer pronunciamento diante do alto percentual de indecisão", disse o observador chileno José Antonio Viera.





Fonte: AFP

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/258308/visualizar/