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Politica Brasil
Sexta - 24 de Novembro de 2006 às 08:49

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Para tentar retomar o Palácio do Planalto pelas urnas em 2010 e se aproximar de bases mais populares, o PSDB reformulará o seu programa em um congresso no ano que vem sob a coordenação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi ungido para a tarefa por caciques tucanos em um jantar nesta quinta-feira.

Após jantar no apartamento de FHC no bairro nobre de Higienópolis, zona oeste de São Paulo, o presidente da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), afirmou que ele e os outros convidados de alta plumagem —o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, e o candidato derrotado do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin— aprovaram o novo papel do ex-presidente no partido.

"Nosso programa foi feito há 20 anos e está desatualizado. E (não há) ninguém mais preparado no país para juntar todas as idéias para o programa do partido", disse Tasso a jornalistas. O presidente tucano disse ainda que Alckmin e Aécio terão papel importante no que chama de atualização do partido.

Cotado para disputar a Presidência em 2010, Aécio disse que o PSDB "está disposto a ter a humildade de reconstruir o seu programa" e sinalizou que Tasso merece continuar à frente do partido apesar dos rumores de que Alckmin, sem cargo público como vitrine, tem interesse na posição do senador.

"Eu continuo se o Aécio deixar, de vez em quando ele duvida", brincou Tasso, ao que o governador mineiro respondeu: "Então vai ficar mais tempo que o Fidel Castro", referindo-se ao presidente cubano, que ocupa o poder na ilha há 47 anos.

Segundo Aécio, o senador cearense é o tucano "que melhor sintetiza o pensamento do partido" e indicou que ele tem chances de ser "presidente não só durante o seu mandato, poderá até ser ainda no futuro".

Tasso, cujo mandato na presidência do PSDB se encerra em novembro de 2007, disse que a sua sucessão não foi assunto do encontro, mas previu possibilidades para Alckmin que ficam mais distantes no calendário eleitoral.

"(Presidir o PSDB) não é o projeto por enquanto do ex-governador. Ele se tornou uma grande liderança e ele é um quadro do partido que está pronto para qualquer embate. Prefeitura de São Paulo, novamente Presidência da República, Senado e a própria presidência do partido também", disse Tasso. Nem Alckmin nem FHC falaram com os jornalistas.

SEM REVOLVER O PASSADO

O presidente tucano insistiu que o partido fará oposição ao governo do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva sem deixar de lado temas de interesse público. Mas voltou a indicar que o caminho do petista para dialogar com a oposição não passa necessariamente por negociações com ele.

"Minha conversa vai ser, se tiver que ter um dia, pelo Congresso Nacional, que é o campo para isso", declarou Tasso.

"As diferenças nossas com esse governo que está aí são gigantescas, principalmente no campo ético. Mas nunca nos negaremos a conversar."

O tucano criticou também a crise dos controladores de vôo e acusou Lula de fazer más indicações para cuidar do setor. Horas antes, o petista afirmou que aprendeu "lições" após as denúncias de corrupção envolvendo membros do governo e do partido ao longo do seu primeiro mandato.

"Esse caos que está aí vai se transformar no Brasil inteiro se ele continuar com essa política de amigos incompetentes. E o pior: alguns desonestos", declarou Tasso.





Fonte: Terra

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