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Cidades/Geral
Sexta - 24 de Novembro de 2006 às 06:37

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O V Encontro e Feira dos Povos do Cerrado prevê em sua programação o seminário "Nossa Terra, Nossa Casa: por uma mobilização dos povos indígenas do Cerrado", organizado pelas associações indígenas Wyty Catë (Maranhão) e Warã (Mato Grosso). O seminário vai reunir de 24 a 26 de novembro lideranças e representantes de vários povos indígenas para discutir uma pauta política e o planejamento de mobilização indígena em prol da qualidade de vida das populações indígenas e da conservação do Cerrado.

Na abertura do seminário, quinta-feira 23, aconteceu a II Corrida de Toras na Esplanada dos Ministérios, a partir das 9:00h. A Corrida de Toras é um rito tradicional e um esporte de índios Macro-Jê. Consiste na disputa entre dois partidos que correm revezando toras de buriti, que pesam entre 100kg a 120kg. A I Corrida de Toras em Brasília aconteceu em 2004, por ocasião do Grito do Cerrado, mobilização social que visou sensibilizar a opinião pública e os governantes para os problemas do desmatamento no Cerrado brasileiro.

A mobilização indígena quer chamar a atenção para os efeitos do contínuo avanço das frentes agropecuárias sobre o bioma, processo que faz com que as Terras Indígenas passem a constituir verdadeiras ilhas de biodiversidade, constantemente ameaçadas pelo desmatamento de seu entorno e pela contaminação e destruição das cabeceiras dos rios.

Os povos indígenas do Cerrado e as organizações que os apóiam receberam uma notícia positiva na segunda-feira, dia 20 de novembro. Após três meses de trâmite na Fundação Nacional do índio (Funai), a minuta do decreto de desapropriação para a criação de reserva indígena para o povo Krahô-Kanela, no Tocantins, foi assinada pelo presidente do órgão, Mércio Pereira Gomes. Agora, a minuta tramita pelo Ministério da Justiça para ser encaminhada à Presidência da República.

De acordo com informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), porém, existe ainda o risco de que o decreto presidencial desapropriando a área não seja publicado este ano. Se isto ocorrer, a verba reservada para o processo de desapropriação não estaria mais garantida, prejudicando o processo de criação da TI.

As lideranças dos Krahô-Kanela que vieram a Brasília para garantir o andamento do processo afirmam que pretendem ficar na cidade até resolver a situação. “Ficaremos aqui até resolver isso. Não podemos voltar para a nossa comunidade sem uma resposta. E nosso povo não pode voltar a viver na casa construída sobre o lixão de Gurupi, onde vivemos durante anos. Isso é matar nosso povo”, afirmou o cacique Mariano Krahô-Kanela.





Fonte: 24HorasNews

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