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Agronegócios
Quarta - 22 de Novembro de 2006 às 09:23

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Para alívio dos sojicultores de Nova Mutum (250 quilômetros de Cuiabá) após a estiagem de cerca de dez dias, “São Pedro decidiu abrir a torneira” e na tarde da última segunda-feira (20) foram registradas precipitações em todas as regiões do município. A torcida, agora, é para que as chuvas não se intensifiquem em demasia, para que não seja favorecido o aparecimento da ferrugem asiática, como aconteceu em outras regiões do Estado na semana passada e, também, em algumas plantações do município, que todavia não se desenvolveu.

De acordo com o engenheiro agrônomo Agmar Fortes Lima, a falta de chuva dos últimos dias, que já estava preocupando, deve causar uma perda de produtividade. O que é uma má notícia para o produtor, pois vem num momento em que ele precisa produzir bem para sair da crise que o afeta há cerca de três safras consecutivas, principalmente por causa da política cambial adotada pelo governo federal.

“A soja, que estava florescendo devido à seca sofreu um abortamento das flores, impedindo a formação da vagem”, explica o engenheiro, acrescentando que em muitas áreas será preciso replantar. Nova Mutum ficou cerca de uma semana sem chuva, período que coincidiu com o término do plantio da safra 2006/07, que deverá ter cerca de 300 mil hectares de área plantada, uma redução de 30 mil hectares em relação à safra passada.

Na avaliação do engenheiro, os produtores precisam mais do que nunca produzir bem para começar a sair da situação precária que o setor se encontra, inclusive eles tiveram que superar algumas barreiras, como as dificuldades para liberação do crédito para financiar o plantio e depois o aumento de cerca de 10% nos preços dos insumos agrícolas.

Outros obstáculos são as possíveis ocorrências de pragas, como a lagarta elasmo, que reduz o stand da cultura da soja; da “vaquinha da soja” (Maescolaspis calcarifera), que reduz a área foliar e causa enfezamento (atraso no desenvolvimento) da soja. Por fim, vem o maior inimigo dos plantadores de soja, a ferrugem asiática. “O produtor vai ter que ficar atento com a ferrugem, a qual já ocorreu no município nesta safra e só não se desenvolveu devido a esta estiagem. Porém, se ocorrer uma invernação os produtores vão ter que estar preparados para combatê-la”, alerta o engenheiro Agmar Fortes.

Primeiros focos da ferrugem

Os primeiros focos de ferrugem asiática na safra 2006/2007 foram detectados em oito áreas de Mato Grosso na semana passada. As áreas infestadas pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da principal doença da sojicultura foram localizados nas cidades de Alto Garças, Campo Verde, Jaciara, Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis, Sapezal e Sorriso.

De acordo com o pesquisador do setor de Proteção de Plantas, da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, Fabiano Siqueri, as condições climáticas, com chegada das chuvas desde setembro, favoreceram o desenvolvimento da doença quase que na mesma época do ano passado.





Fonte: Jornal Arinos

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