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Internacional
Quarta - 22 de Novembro de 2006 às 08:50

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São Paulo - Há exatos 20 anos completados hoje, o jamaicano naturalizado canadense Trevor Berbick era o campeão mundial dos pesos pesados e tinha a possibilidade de escolher o adversário na sua primeira defesa do título do Conselho Mundial de Boxe (CMB). Preferiu o segundo do ranking. Seu nome: Michael Gerald Tyson. Um garoto de 20 anos e quatro meses, invicto, com 28 vitórias e 26 nocautes. Má escolha. Com uma velocidade espantosa, uma impressionante esquiva, força descomunal nos ganchos e cruzados, o ex-delinqüente do Brooklin tornou-se o mais novo campeão dos pesados da história do boxe com um violento nocaute no segundo assalto.

Berbick caiu duas vezes e na terceira, cambaleou até ser amparado pelo juiz Mills Lane. No dia 22 de novembro de 1986, Tyson correspondia à expectativa dos especialistas - que entre outras coisas, haviam lhe dado a capa da famosa revista "Sports Illustrated" em seu primeiro ano como profissional - e do público, que o colocava nas apostas como favorito diante do campeão: 3 por 1.

"Sou o mais novo e serei também o mais velho campeão do mundo", disse Tyson, com o cinturão do CMB no peito, de frente ao espelho do vestiário. Sua profecia não se concretizou. Seu reinado durou por mais nove lutas. James Smith, Pinklon Thomas, Tony Tucker, Tyrell Biggs, Larry Holmes, Tony Tubbs, Michael Spinks, Frank Bruno e Carl Williams nunca mais foram os mesmos após enfrentarem o maior fenômeno do boxe. Tanto que ele foi coroado por Muhammad Ali, em 1987, o "Rei do Boxe".

Os jornalistas especializados diziam na época: "Quem pode vencer Tyson é o próprio Tyson." Esta profecia estava certa. Cercado de aproveitadores, inclusive da atriz Robin Givens, com quem teve um relacionamento explosivo, com direito a tentativa de suicídio do boxeador, o "Iron Man" foi despreparado para enfrentar o endividado James "Buster" Douglas, em Tóquio, no Japão. Uma surra que terminou com um tremendo nocaute de Tyson no décimo assalto.

Tyson voltou e teve duas vitórias importantes sobre o canadense Razor Ruddock. Quando tudo estava pronto para encarar Evander Holyfield, em novembro de 1991, foi acusado de estuprar a modelo Desireé Washington, em Indiana, nos Estados Unidos. Julgado e condenado, passou três anos sendo o prisioneiro 922335 em uma cela na cadeia de Plainfield. Saiu de lá com mais fama ainda e voltou a ser campeão em duas versões, em 1996, após vencer mais uma vez o inglês Frank Bruno e o norte-americano Bruce Seldon.

Perdeu surpreendentemente para Evander Holyfield duas vezes. Na segunda, em 1997, perdeu a luta e a credibilidade, ao ser desclassificado no terceiro assalto, após morder as orelhas do adversário. No ano seguinte, retornou à prisão por oito meses por causa de uma briga de trânsito. Teve a chance de reconquistar o cinturão, em 2002, diante do britânico Lennox Lewis. Mas Tyson não era nem sombra do nocauteador que assombrara o mundo. Perdeu por nocaute no oitavo assalto.

Sua última luta foi em junho de 2005, quando desistiu de seguir no combate contra um desconhecido e gorducho irlandês, Kevin McBride, após o sexto round. "Não sinto mais agressividade contra meus adversários. Minha carreira acabou", admitiu Tyson na época. Logo depois, ele veio ao Brasil, brigou com um cinegrafista e acabou preso.

Anunciou recentemente uma turnê pelo mundo na tentativa desesperada de pagar suas dívidas, após gastar os mais de US$ 300 milhões que ganhou na carreira. (Wilson Baldini Jr.)





Fonte: Agência de Notícias

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