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Nacional
Terça - 21 de Novembro de 2006 às 22:29

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A fusão nuclear controlada, que será investigada no reator experimental ITER, situado em Caradache, sudeste da França, representa a busca da ciência por uma fonte de energia nuclear mais limpa e ilimitada.

O projeto nuclear ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor), que reúne União Européia, Estados Unidos, Rússia, Japão, China, Coréia do Sul e Índia, é um programa internacional destinado a investigar a fusão termonuclear controlada, que busca a reproduzir o que acontece no núcleo do sol.

Durante anos, os cientistas tentaram sem sucesso controlar este processo mediante o qual os núcleos de dois átomos de deutério (forma pesada do hidrogênio) se fundem para se transformar em trício, desprendendo uma grande quantidade de energia.

Embora os especialistas reconheçam que serão necessárias décadas para fazer experiências e poder produzir energia com esta técnica, para seus defensores trata-se de uma solução substitutiva da fissão nuclear usada nas usinas atuais para produzir energia.

A fissão nuclear, que se produz nas usinas nucleares, provoca a fragmentação do átomo para produzir energia. Mas, enquanto a ciência é capaz desde 1942 de produzir a fissão dos núcleos pesados de urânio, a fusão ainda não foi controlada, embora hoje, após mais de 30 anos de esforços, finalmente pareça tecnicamente possível.

A fragmentação dos núcleos pesados (de urânio-235 ou de plutônio-239) mediante o bombardeio de nêutrons é um procedimento muito mais simples que a fusão, visto que esta necessita, para vencer a repulsão dos átomos entre si, de temperaturas da ordem de 100 milhões de graus. A esta temperatura, a matéria se encontra em estado de plasma, que é sua forma mais comum no universo.

Os físicos poderão aquecer este plasma em câmaras de vácuo cilíndricas inventadas pelos russos e denominadas "tokamaks" (acrônimo formado pelas palavras russas corrente, câmara e magnética).

O deutério é praticamente inesgotável: pode ser facilmente extraído da água, que contém até 40 miligramas por litro deste isótopo do hidrogênio. O trício, por sua vez, não existe na natureza, mas pode ser facilmente conseguido por irradiação do lítio dentro das citadas "tokamak".





Fonte: AFP

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