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Politica Brasil
Terça - 21 de Novembro de 2006 às 15:32

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Durante as quase três horas em que prestou depoimento hoje (21) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, Valdebran Padilha sustentou a versão de que não recebeu dinheiro para “fazer o acompanhamento” das negociações sobre o dossiê contra políticos tucanos e que aceitou participar do esquema apenas “para ajudar uma pessoa que estava precisando”. A pessoa, no caso, é Luiz Antônio Vedoin, que Valdebran disse conhecer há dez anos.

A afirmação foi uma das contradições apontadas pelo deputado Raul Jungmann (PPS-RJ) no depoimento de Valdebran. Segundo o deputado, em depoimento à Polícia Federal no dia três de outubro, Valdebran disse que conhecia Vedoin há seis anos e que nunca havia tido relações comerciais ou de amizade com ele, ao contrário do que afirmou no depoimento de hoje.

“A participação dele é embasada na relação de amizade. Ele diz que não fez a intermediação por dinheiro nem por vinculação partidária e no depoimento dele (à Polícia Federal) está bem claro que não há relação de amizade nem comercial. Se ele fez tudo isso pelo Vedoin o que não faria por amizade?”, questionou Jungmann.

Durante o depoimento, Valdebran Padilha confirmou que a mala que aparece com o ex-assessor de campanha do senador Aluízio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda, é a mesma que foi entregue a Gedimar Passos no Hotel Íbis e onde, supostamente, estava o dinheiro que compraria o dossiê. “A sacola preta que estava com o dinheiro é muito parecida com a sacola que a Polícia Federal me mostrou na delegacia”, disse Valdebran.

Para o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), Valdebran “construiu uma história cheia de contradições”. Mas, segundo o deputado, mesmo com todas as contradições, o depoimento permitiu o avanço nas investigações. “Nenhum dos envolvidos reconhece o dinheiro, a não ser quem foi preso, mas hoje Valdebran admitiu que a valise que aparece é a mesma que Hamilton Lacerda entrou no Hotel Íbis”, disse.

Valdebran disse também que o ex-funcionário da campanha de Lula, o então coordenador de análise de mídia e risco Jorge Lorenzetti, deu autorização para a realização da operação de venda do dossiê porque o dinheiro já estava disponível. “Ele já colocou o Expedito Veloso, o Hamilton Lacerda e o Jorge Lorenzetti como pessoas que já sabiam da existência do dinheiro, algo que não está registrado nos depoimentos deles na PF”, conclui o deputado. A posição contradiz depoimentos anteriores de Lorenzetti que admitiu a negociação, porém sem a possibilidade de recursos.





Fonte: Agência Câmara

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