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Nacional
Segunda - 20 de Novembro de 2006 às 15:45

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O conflito entre a Argentina e o Uruguai por causa da construção de uma fábrica de celulose às margens do rio Uruguai promete se acirrar novamente. Os ambientalistas argentinos decidiram endurecer o protesto contra a fábrica e voltar com o bloqueio do trânsito entre os dois países. A medida será por tempo indeterminado, repetindo as cenas protagonizadas entre dezembro de 2005 a março deste ano, quando as pontes internacionais foram completamente bloqueadas, impedindo o trânsito até de mercadorias de um país para o outro.

O fundo do protesto é o mesmo: os ambientalistas não querem a instalação da fábrica porque temem a contaminação do rio que divide os dois países. No bloqueio do verão passado, havia dois alvos: a finlandesa Botnia e a espanhola Ence. Esta última desistiu do projeto há cerca de um mês. Desta vez, os argentinos dirigem seus protestos contra um empréstimo do Banco Mundial à Botnia para a conclusão de suas obras.

O bloqueio terá início nesta tarde, sobre a rodovia internacional 136, a poucos quilômetros da ponte que une as cidades de Gualeguaychú, lado argentino, e Fray Bentos, lado uruguaio, onde se constrói a fábrica. Nesta ponte, passam turistas e caminhoneiros chilenos, brasileiros, uruguaios e argentinos, responsáveis pelo transporte de algumas mercadorias comercializadas entre os países do Mercosul.

Para o ministro uruguaio de Meio Ambiente, Mariano Arana, o novo plano dos ambientalistas "é uma surpresa desagradável". Segundo sua avaliação, "toda a preocupação era ambiental" e "a solicitação por parte das autoridades argentinas era ter as máximas garantias objetivas, através de organismos internacionais incontestáveis por competência científica e técnica, e estas instituições demonstraram que todos os alarmes carecem de sustentação técnica e científica", afirmou Arana à rádio portenha Pop.

O ministro defendeu-se das acusações argentinas de que o governo uruguaio mudou as normas ambientais para atender aos interesses da Botnia. Arana disse que as denúncias são "falsas" e que "não resistem à menor análise técnica". O ministro voltou a insistir com a proposta uruguaia de criar uma comissão binacional para monitorar o funcionamento da fábrica de celulose. "A única coisa que podemos fazer é que os controles sejam feitos de forma conjunta", mas isso, "até agora não pode ser implementado porque a Argentina não aceita a proposta uruguaia".





Fonte: AE

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