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Internacional
Sábado - 18 de Novembro de 2006 às 23:32

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Como em meados dos anos 90, quando notórios homens públicos da Colômbia, incluindo o presidente Ernesto Samper, foram acusados de vínculos com o narcotráfico, o poder político colombiano estremeceu novamente esta semana, mas agora por conexões com os paramilitares.

Diferentemente daquela época, em que os políticos simplesmente desfrutaram ou se beneficiaram do poder econômico dos narcotraficantes de Medellin e Cali, a Corte Suprema de Justiça revelou na semana passada o vínculo entre três congressistas e esquadrões ultradireitistas.

Enquanto nos anos 80 e 90 os cartéis de Cali e Medellin patrocinavam campanhas políticas, agora as ligações dos políticos com paramilitares vão além, a ponto de encomendarem o assassinato de camponeses, como no caso do senador Alvaro García, segundo a Corte.

García e seu colega no Senado Jairo Merlano, assim como o deputado Erik Morris, todos do norte do país, se entregaram esta semana às autoridades e estão detidos numa penitenciária de Bogotá. Os três pertencem a movimentos que apoiaram a reeleição do presidente Alvaro Uribe.

A Corte aponta Merlano como integrante de um grupo paramilitar liderado por 'Diego Vecino' e 'Cadena', que patrocinaram sua campanha ao Senado nas eleições de 2002. Já Morris é acusado pela Corte de financiar esse tipo de organização.

O tribunal também ordenou que a Promotoria investigue Salvador Arana, ex-embaixador da Colômbia no Chile, Miguel Nule Amín, ex-governador do departamento de Sucre (norte), e Angel Daniel Villarreal Barragán, ex-presidente da Assembléia dessa província da costa caribenha.

Foi detida ainda a ex-representante da Câmara Muriel de Jesús Benito, que não atendeu a uma solicitação da Promotoria para que se apresentasse para prestar depoimento.

Esta semana, a Corte continuou recebendo declarações de congressistas e não estão descartadas novas prisões. Deputados de partidos de oposição a Uribe censuraram seu silêncio em relação ao caso dos deputados, principalmente pela participação destes na campanha presidencial de maio passado.

Uribe respondeu na sexta-feira pedindo uma punição severa para congressistas e funcionários que tenham vínculos com os grupos paramilitares. Ele chegou a pedir que os mesmos se apresentem à Corte Suprema se tiverem vínculos com essas organizações ultradireitistas ou com as guerrilhas.





Fonte: AFP

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