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Agronegócios
Quinta - 16 de Novembro de 2006 às 15:05

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Foi a segunda vez que um evento dessa natureza ocorreu. No feriado em que o país descansa e celebra a proclamação da República, ocorrida há 117 anos, cerca de 1400 novos servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) participaram em Brasília de encontros com representantes de movimentos sociais que lutam pela reforma agrária. Os militantes foram oficialmente convidados para participar de um seminário no qual está em discussão a missão da autarquia e o seu plano de reestruturação.

“Esta é uma oportunidade ímpar dos novos funcionários do Incra conhecerem o público com que trabalham e do quanto é importante a relação com os movimentos sociais para que a reforma agrária de fato aconteça no país", avalia o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel dos Santos. "Eles precisam ter a dimensão de que na área da reforma agrária os movimentos sociais são e vão continuar sendo os principais atores de mobilização para fazer acontecer o processo de desapropriação e de assentamento”.

Em entrevista à Agência Brasil, Santos destacou que, sem essa aproximação, o processo de reforma agrária se torna ainda mais difícil. “Eu acredito que nós – movimentos sociais - podemos contribuir com esse novo público sobre o que pensamos, sobre qual é a estratégia que sonhamos e o que queremos construir nesse processo da reforma agrária. O diálogo é o principal instrumento de construção em qualquer situação”, disse.

O membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, João Pedro Stédile, que também participa do encontro, destacou a importância desse diálogo constante entre Incra e movimentos sociais. Para ele, é uma medida necessária para que os servidores da autarquia tenham consciência e dimensão da realidade rural e do quanto é necessário o governo cumprir as metas de reforma agrária.

“Encontros como esse são de uma necessidade tamanha. Têm um papel fundamental, porque não basta o cidadão ser preparado tecnicamente na universidade, fazer um concurso, provar conhecimento e ser contratado. Porque o Incra não é um órgão público qualquer. O Incra é um órgão publico que cuida de pessoas pobres que vivem no meio rural e que precisam ser beneficiárias do programa de distribuição de terra”, disse.

O presidente do Incra, Rolf Hackbart, disse que este seminário se insere no programa do governo Lula de fortalecimento de política pública para o meio rural. Ele reconhece ser este encontro fundamental para o debate e o encaminhamento das reivindicações da sociedade brasileira no que se refere à reforma agrária.

“Nada melhor do que termos movimentos sociais organizados para organizarmos a pauta e resolvermos os problemas concretos do povo, como assentamento, assistência técnica, energia, educação e obras de infra-estrutura. Sem reforma agrária não temos desenvolvimento econômico, ambiental e social no pais”, disse. A programação do seminário, que ocorre desde o último dia 13, está dividida entre palestras, debates e mesas-redondas.





Fonte: Agência Brasil

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