Garcia nega que reunião com Lula serviu para discutir cargos

O presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, disse na tarde desta quinta, que a reunião do Conselho Político do partido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha servido para discutir o espaço da legenda na composição do novo governo.

O encontro durou cerca de duas horas e, segundo Garcia, o presidente não tratou de composição de governo ou falou sobre cargos com os petistas. Apesar das insistentes perguntas dos jornalistas, Garcia disse que a reunão serviu apenas para o entendimento entre o partido e presidente.

"Não queiram impor uma problemática que não foi discutida. Não queiram fazer uma reunião que não houve", disse Garcia em referência às perguntas sobre a cobrança que parlamentares petistas vêm fazendo pela manutenção de espaço no governo durante a segunda gestão de Lula.

O presidente interino disse que um partido nao se mede pelo espaço no governo ou pelo número de cargos. "Isso se mede pelo engajamento de um governo pela política. E nós estamos absolutamente representados nesse governo pelas políticas que ele está desenvolvendo".

Para ele, as opiniões discordantes de petistas que querem maior espaço para o partido no governo são naturais. "Nós somos um partido plural, todos podem ter sua opinião, mas essa reunião nao serviu para tratar disso".

Garcia disse que não há uma reinvidicação quantitativa por espaço e que o próprio presidente já determinou a ocupação do PT no governo. "O presidente ja anunciou isso. O PT terá o lugar que lhe corresponde, o do partido vitorioso."

O presidente do partido disse ainda que o PMDB nao é visto como adversário, ou "um problema" para o PT. "O PMDB para nós não é problema, é uma solução. Tanto nós, quanto o presidente, queremos um governo de coalizção com o PMDB e com os partidos que nos ajudaram na vitória."

Ele disse ainda que a definição das Presidências na Câmara e no Senado não foi tema da reunião, e que essa será uma questão decidida no Congresso. "O presidente pode até externar sua posição, como qualquer pessoa, mas a decisão vai caber ao Congresso". Marco Aurélio não quis dizer se o PT disputará a presidência da Câmara.