Lula reforça necessidade de integrar a América do Sul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje a visita do presidente do Peru, Alan García, e reforçou a tese da necessidade da integração regional da América do Sul. O Peru é um dos países estratégicos para o Brasil no continente porque, por meio da rodovia Transoceânica, permite o acesso das empresas brasileiras ao Oceano Pacífico. A ligação rodoviária foi ressaltada pelos dois presidentes como o principal projeto de integração econômica entre peruanos e brasileiros.

Em declaração à imprensa, Lula agradeceu a visita do presidente peruano após a sua reeleição. "A construção da rodovia Transoceânica é um grande passo para a integração regional. A integração física é fundamental para melhorar o intercâmbio econômico entre Brasil e Peru. Além disso, ajuda a América Latina a crescer de forma igual e em democracia".

O presidente peruano concordou com Lula e disse, em seu discurso, que os países da América do Sul precisam se unir em bloco para fazer frente ao avanço da economia dos Estados Unidos, do crescimento, do crescimento da economia da União Européia, mas do avanço espetacular da China.

"Brasil e Peru têm disposição especial na integração da América do Sul. Eu calculo que daqui há 20 anos o Brasil não estará exportando US$ 118 bilhões, porém mais de US$ 600 bilhões. Boa parte desses produtos serão exportados para o Oriente, e a Transoceânica fará essa ligação para o Brasil", disse García.

Lula ainda afirmou que Peru e Brasil são parceiros nas posições multilaterais e que, para isso, é fundamental a reforma da Oraganização das Nações Unidas (ONU). "O Peru tem sido nosso parceiro na reforma da ONU - que só estará completa com a reforma do Conselho de Segurança. Eu quer agradecer ao Peru por apoiar a nossa disposição de integrar esse organismo".

García ainda fez elogios a Lula por seus programas sociais e o felicitou pela reeleição. Brasil e Peru assinaram 12 acordos bilaterais entre eles a cooperação técnica brasileira para a implantação de programas semelhantes ao Bolsa-Família e o crédito consignado no Peru.