Gil diz que cultura une as novas tecnologias, o homem e a natureza

O ministro da Cultura, Gilberto Gil afirmou que a existência do ministério "significa terra preparada para que, a partir daqui, muitas sementes possam germinar nos próximos anos". E destacou que a civilização atual "tem modelos de biopolítica que mostram que os laços entre novas tecnologias, o homem e a natureza devem ser dados pela cultura, para que a inclusão econômica de todos seja possível".

Gil participou, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da solenidade de entrega da Ordem do Mérito Cultural, no Palácio do Planalto. Trinta personalidades e 11 grupos e instituições receberam a comenda, além de homenagens póstumas a artistas e intelectuais.

Em seu discurso, o ministro lembrou um desses homenageados, Mário de Andrade, que "desenhou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [Iphan] nos anos 30, estabelecendo as balizas antropológicas e estéticas para a preservação da diversidade cultural brasileira". E destacou que "éramos, sem saber, uma cultura verdadeiramente brasileira; mas tínhamos receio e preconceito de ser, medo da nossa afirmação, de nossa identidade de muitas identidades".



Também citou Mário Pedrosa, homenageado como "o nosso maior utopista, um mestre de vanguardas", e a participação dele "na solidificação do Iphan, que permitiu a primeira germinação do que é hoje o Ministério da Cultura".

Sobre o escritor Josué de Castro, ressaltou o "homem de idéias visionárias e pensamentos críticos que traduziu para o país a visão da brutalidade que a miséria impõe a muitos brasileiros invisíveis". Outro homenageado, Santos Dumont, foi descrito pelo ministro como "o primeiro a acalentar projetos de emancipação através da tecnologia".

Antes da solenidade de entrega da Ordem do Mérito Cultural, o grupo Bumba Meu Boi de Sobradinho (cidade satélite de Brasília), composto por 30 pessoas, dançou e cantou ao lado da rampa do Palácio do Planalto. O líder do grupo, Teodoro Freire, também recebeu a comenda.