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Internacional
Quarta - 08 de Novembro de 2006 às 22:17

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A Corte Suprema de Israel adiou sua decisão sobre três recursos apresentados pela comunidade ultra-ortodoxa judaica contra a realização da Parada do Orgulho Gay, marcada para a sexta-feira sob extremas medidas de segurança, devido ao temor de uma onda de violência.

O adiamento da decisão dos juízes, aparentemente para amanhã, deve-se a uma nova postura por parte da Promotoria, segundo a qual as atuais circunstâncias de segurança na região, após a morte de 18 palestinos na Faixa de Gaza em um bombardeio do Exército israelense, complicam a situação.

Diversas organizações palestinas anunciaram hoje que vingarão o "massacre de Beit Hanun" e retomarão os atentados suicidas em Israel.

A Polícia, que declarou estado de alerta máximo por causa do bombardeio, usaria 9.000 agentes no esquema de segurança para proteger a manifestação de homossexuais e lésbicas.

O representante do Estado, o procurador Eran Ettinger, pediu aos juízes que levem em consideração a necessidade de a Polícia dispor de todos seus agentes neste momento, e anunciou que amanhã os altos comandantes avaliarão novamente a permissão concedida aos organizadores na segunda-feira.

A decisão dos juízes deve acontecer depois que a Polícia determinar seus próximos passos.

Em qualquer caso, os juízes expressaram hoje sua mais taxativa oposição à onda de distúrbios dos ultra-ortodoxos em protesto contra a marcha e disseram que "não se renderão à violência".

"A violência tem que parar, a Polícia não se renderá à violência, o tribunal não se renderá à violência, e as ameaças não influenciarão em nossa decisão", disse a juíza Ayala Procaccia.

A convocação da comunidade homossexual, que já havia realizado antes outras cinco marchas menores em Jerusalém, despertou a ira dos ortodoxos judeus, porque este consideram a cidade um reduto sagrado no qual a "abominação" não pode entrar.

Segundo a tradição ortodoxa judaica, o homossexualismo é proibido por ordem expressa de Deus, como expresso na Bíblia, no Levítico (18:22), onde se diz: "Não te deitarás com um homem como se fosse mulher. Isso é uma abominação".

"Não podemos tolerar isso porque agora é uma pequena manifestação, mas depois exigirão leis que permitam o homossexualismo em nossas ruas", disse à Efe um jovem ortodoxo que é contra a convocação.

A indignação dos ortodoxos, que representam cerca de 30% da cidade, é compartilhada pelos líderes muçulmanos e cristãos.

O Vaticano anunciou hoje sua postura oficial em comunicado expressando sua oposição a que a marcha aconteça em uma cidade como Jerusalém.

Ao contrário de cristãos e muçulmanos, que se mantêm à margem da onda de distúrbios, jovens da comunidade ortodoxa judaica na cidade colocaram fogo em cerca de 700 latões de lixo, além de terem causado destruição que deixou prejuízos no valor de mais de 1 milhão de shekels (180.000 euros).

Os distúrbios ocorreram também em outras cidades de Israel, principalmente naquelas onde a população ortodoxa é majoritária.

Vários chefes da Polícia advertiram na terça-feira que seus homens já estão cansados de ter que se deslocar para restaurar a ordem pública, e isso antes mesmo do início da marcha.

Após saber da decisão dos juízes de adiar a decisão, o vereador de Jerusalém Sa''ar Netanel, da comunidade homossexual, expressou sua esperança de que finalmente seja possível realizar a marcha.

No entanto, disse que o grupo aceitará "qualquer decisão dos juízes e, claro, não queimaremos latões de lixo nem lançaremos uma onda de violência".





Fonte: EFE

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