Denúncias de falta de higiene levam comissão da OAB a pedir vistoria no Pascoal Ramos

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu a vistoria do presídio do Pascoal Ramos, em Cuiabá, depois de receber denúncias de falta de estrutura e de higiene naquela unidade prisional. Se o problema for constatado e não for solucionado, pode ser pedida a interdição do presídio.

As reclamações partiram de quatro famílias de presos. Segundo elas há falta de banheiro e fossa no presídio. Algumas famílias afirmam que o problema é o mesmo em todo a a unidade prisional. "Todos em um quarto isolado cheio de rato, barata, tudo", reclama a parente de um preso. "Às vezes eles ficam um mês sem poder ver os parentes, não deixam entrar", disse outra parente, que não quis se identificar.

A assessoria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública diz que, por motivos de segurança, a imprensa é proibida de entrar no presídio. O pedido de interdição feito por parte da Comissão de Direitos Humanos da OAB foi encaminhada ao Ministério Público, Vigilância Sanitária e à própria Secretaria. No entanto, antes de uma possível interdição, autoridades devem visitar o local.

"Estou pedindo à vigilância sanitária que faça uma vistoria no local, prepare um laudo para ver como é possível sanar essas falhas apresentadas, porque estão agredindo as pessoas que vão lá e mesmo os presos, que estão em uma situação de insalubridade", disse a presidente da Comissão de Direitos da OAB, Betsey Miranda.

O superintendente do Sistema Prisional de Mato Grosso, Domingos Sávio Grosso, diz que o presídio está superlotado. São 875 presos onde cabem 573. Mas ele rebate todas as reclamações feitas. "Dizer que não há banheiro no local de visitas é uma inverdade muito grande. Existem dois banheiros em condições de funcionamento, limpos, asseados, lavados após as visitas. Então, não procede essa informação dos banheiros", disse o superintendente.