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Nacional
Quarta - 08 de Novembro de 2006 às 07:54
Por: Onofre Ribeiro

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A Internet, como rede mundial de computadores interconectados, é um privilégio da vida moderna para o homem moderno, desde 1995 e já se tornou um dos elementos mais loucos da fragmentação do conhecimento sobre a face da Terra.

Surgiu meio diletante, mas hoje domina em fluência, em velocidade e em diversidade das informações. A economia percebeu a internet primeiro do que a política. Mas isso não quer dizer que internet e política sejam incompatíveis.

Participo de três redes de discussões na internet, com temas diversos, com objetivos diversos, mas convergentes num ponto: a troca de informações fora de qualquer controle oficial ou de censura. A primeira rede é o DefesadeMatoGrosso, que nasceu para discutir a divisão de Mato Grosso que há uns quatro anos estava na moda. Hoje discute qualquer tema. A outra, é o Pacto por Mato Grosso, mais voltado para as discussões econômicas, empresariais e tributárias. A outra rede é coordenada pelo professor Sebastião Costa, de 81 anos, morador em Americana, São Paulo. Ele é um provocador nato. Esta é uma rede mais política, com debatedores muito críticos das mais diversas orientações.

Cito isso para dizer que a troca de informações nessas três redes é intensa e não obedece a nenhuma pauta prévia, não há compromisso de hora e nem dia para escrever. E as opiniões são absolutamente livres. Depois, acabam circulando entre outras redes e seguem rumos completamente ignorados.

Pessoalmente, diariamente, envio os artigos que escrevo para o Diário de Cuiabá para mais de 800 pessoas no estado, no país e no exterior. E recebo dezenas de respostas, de comentários, de elogios e de poderosas broncas de pessoas que nunca vi, mas que se sentem suficientemente íntimas para colocar posições. É algo rigorosamente fantástico.

Os artigos são reproduzidos em outros veículos de comunicação ou são multiplicados nas redes individuais de pessoas mundo afora. Imagino que nada consiga ser tão veloz e tão democrático do que esse alcance individualizado da internet. Não estamos contando aqui as redes individuais do orkut e do MSN onde se conversa abertamente em público ou no reservado. Além, é claro, dos chats onde as pessoas falam livremente sobre quaisquer temas, desde música clássica a hobbies e à pornografia escancarada.

Pois bem. Chegamos à política. Não se pode mais conceber empresa, instituição, órgãos públicos, jornalistas, escritores, profissionais liberais sem seus sites onde possam expor informações a custo baixíssimo.

Os políticos estão lentamente descobrindo os sites em tempos fora de eleição e dentro do período eleitoral. Existe uma camada de internautas, na casa dos 50 milhões de brasileiros, que balizam boa parte de sua vida pelo que lêem na internet. Claro que há muito bobagem, e nem tudo é verdade. Mas é um canal rápido, profundamente interativo e aceito como parte da vida dessas pessoas.

A política ainda não encontrou o exato caminho da internet como fonte de informação primária em alguns casos e complementar em outros. Pessoalmente, gasto em torno de quatro horas diárias escrevendo e lendo diante do computador. Imagino que daqui a dez anos, a internet seja o canal mais forte da comunicação de massa individualizada no planeta.

Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM





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