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Internacional
Quarta - 08 de Novembro de 2006 às 03:19

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O julgamento da primeira-dama de Taiwan, Wu Shu-chen, acusada de corrupção, pode durar mais de um ano, disseram hoje analistas legais na ilha.

A complexidade do caso pode ajudar o presidente Chen Shui-bian a se manter no cargo até o fim de seu mandato, em maio de 2008, segundo os advogados taiuaneses.

No domingo, o presidente taiuanês discursou na TV e se negou a renunciar a menos que sua mulher seja condenada em primeira instância.

Na sexta-feira, a promotoria do Tribunal Superior de Taiwan acusou formalmente Wu de ter embolsado 14,8 milhões de dólares taiuaneses (US$ 448 mil) de um fundo estatal. O órgão afirmou dispor de provas de que Chen também estava envolvido, e prometeu acelerar o julgamento.

O tribunal do distrito de Taipé, encarregado do caso em primeira instância, também prometeu acelerar o processo. Mas especialistas taiuaneses prevêem que os advogados de Wu utilizem todo tipo de tática para estender os prazos.

"O tribunal acelerará o calendário das sessões porque sabe de sua responsabilidade", disse o porta-voz da corte, Liu Shou-song.

O jurista Wang Tzu-wen disse que o tribunal espera finalizar o caso em seis meses. Mas as táticas da defesa podem facilmente prolongar o caso por mais de um ano.

A lei taiuanesa estipula que, caso que os acusados neguem algumas das declarações da promotoria, o tribunal deve pedir às testemunhas que assistam às sessões do julgamento e realizar uma acareação sobre suas declarações em relação às dos acusados.

"Esse procedimento prolongará muito o julgamento", assegurou Wang. Os acusados também podem pedir aos juízes que chamem outras pessoas como testemunhas, "o que consumirá mais tempo ainda", alerta Wang.

A lei taiuanesa também proíbe a realização de uma audiência sem a presença dos acusados. No caso da primeira-dama, que tem problemas de saúde e usa uma cadeira de rodas, não será difícil apresentar desculpas para evitar sua participação.

A primeira-dama pode pedir adiamentos devido a seu estado de saúde, atrasando as sessões preliminares.

O sistema judiciário em Taiwan favorece julgamentos longos, dizem especialistas em leis da ilha. Como exemplo, em janeiro de 2003, um vereador de Taipé, David Chou, foi condenado a seis anos de prisão, mais de 15 anos depois de cometer o crime.




Fonte: Agência EFE

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