Imprensa espanhola critica a condenação à morte de Saddam Hussein

A imprensa espanhola, contrária à pena de morte, criticou de forma unânime a condenação à forca do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein.

"Nem sequer Saddam Hussein merece ser executado", afirmou o jornal liberal El Mundo, acrescentando que "seus crimes deveriam levá-lo a passar o resto de sua vida entre as grades".

Para o conservador ABC, as novas autoridades iraquianas "deveriam fazer um gesto de superioridade ética sobre aquele que acabam de declarar culpado".

"O pior castigo para Saddam seria fazê-lo contemplar de sua cela um Iraque sem violência e vinganças", opinou o ABC. O ex-ditador iraquiano foi sentenciado à morte na forca por seu envolvimento na morte de 148 xiitas do povoado de Dujail, ao norte de Bagdá, no início dos anos 80, após um julgamento marcado por dúvidas sobre a imparcialidade do tribunal e a natureza da jurisdição escolhida para julgar os crimes imputados ao antigo regime.

"Não cabe se alegrar pela condenação à morte (...) contra o ex-ditador Saddam Hussein, devido, entre outras muitas razões, às irregularidades processuais e à politização de um julgamento que durou um ano", escreve, por sua vez, o jornal de centro-esquerda El País.