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Internacional
Sexta - 03 de Novembro de 2006 às 10:50

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As negociações para liberalização do comércio mundial correm risco de fracasso total, e seu colapso diminuiria a fé no sistema multilateral do qual depende o comércio internacional, afirmou nesta sexta-feira o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy.

"O tempo está curto e as apostas são altas", disse Lamy em um editorial publicado no jornal norte-americano Wall Street Journal.

A Rodada de Doha da OMC foi suspensa em julho após quase cinco anos de negociações por diferenças aparentemente intransponíveis no tocante à agricultura. Segundo Lamy, essa suspensão pode se tornar permanente se não houver progresso até o começo do próximo ano.

"Há um momento em cada negociação em que existe uma perspectiva de fracasso. Para a Rodada de Doha de negociações de comércio global, esse momento chegou", escreveu ele.

Embora responda por menos de 8 por cento do comércio internacional, a agricultura permanece como problema-chave que precisa ser resolvido para se chegar a um acordo, que envolveria também bens industriais, serviços e novas regras sobre meio ambiente e prática de "dumping".

Os Estados Unidos devem oferecer cortes maiores em subsídios agrícolas, enquanto a União Européia e o Japão, assim como países em desenvolvimento como Brasil, Índia e China teriam de fazer mais concessões comerciais também, segundo Lamy, que no momento está em Washington para se encontrar com autoridades dos EUA de comércio e agricultura.

Reformar a agricultura nunca foi uma tarefa fácil politicamente, mas o que separa os países, segundo ele, são apenas alguns bilhões de dólares em subsídios e alguns cortes de pontos percentuais em tarifas agrícolas e industriais.

"Compare isso com o que todos ganharíamos", disse Lamy.

A OMC tem apenas alguns meses para resgatar as negociações antes que o Congresso do EUA centre sua atenção em duas áreas que, dependendo de como forem tratadas, podem representar o fim das negociações globais.

Os EUA devem rever os gastos do orçamento com agricultura, e devem decidir se vão estender os poderes especiais que garantem ao presidente George W. Bush condições de aceitar acordos comerciais.

Sem esses poderes, fica quase impossível para os EUA negociarem pactos comerciais porque o Congresso pode querer consultar cada passo do processo.





Fonte: Reuters

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