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Polícia Brasil
Sexta - 03 de Novembro de 2006 às 04:20

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Acusada de falar da vida alheia, a jovem E., 18 anos, foi humilhada por traficantes no alto do Morro do Jorge Turco, em Rocha Miranda, na capital fluminense, a mando do "gerente" da favela, conhecido como Lobão. Ela foi acusada de ter contado à mulher dele, identificada como Carla, que o bandido tinha uma amante. Por isso, E. teve a cabeça raspada com máquina zero, foi amarrada a um poste e teve penas de galinha coladas na cabeça com cola forte.

O 9º BPM (Rocha Miranda) recebeu cerca de 20 ligações de moradores, denunciando a humilhação em área pública. No início da tarde de ontem, havia crianças brincando na rua, que foram colocadas para dentro de casa por suas mães. E. foi resgatada por policiais, que encontraram em seu pescoço cartaz com os dizeres: "Fofoqueira ficou careca". O caso foi registrado na 40ª DP (Honório Gurgel).

Castigos constantes Lá, a vítima negou a fofoca e disse que Carla soube da amante de Lobão pela própria tia. "Já puniram outras mulheres, mas elas ficaram em casa de castigo por meses. Comigo foi pior. Jogaram um copo de sangue de galinha na minha cabeça e iam me matar. Do meu cabelo na cintura só sobrou um chumaço no alto da cabeça. Também me deram coronhadas", relatou.

Mãe de dois filhos, com 8 meses e 2 anos de idade, ela tem medo de voltar à Vila Conquista, comunidade localizada ao lado da entrada principal da favela. A vítima acha que está marcada e, por isso, pretende se mudar. E. disse que foi chamada por um traficante ao alto da comunidade e, diante de Lobão, negou que tivesse falado demais. Oito bandidos armados acompanharam o desespero dela, que foi levada por um deles a um cabeleireiro.

"Eles diziam que eu deveria servir como exemplo para as outras fofoqueiras¿, contou E., lembrando que o cartaz colocado em seu pescoço estava assinado por Menor Léo e Lobão. E. afirma que é amiga de Carla, que não sabe se Lobão de fato tem uma amante e que a mulher do bandido quis "livrar a cara da tia".

Quando a polícia chegou à favela, os bandidos não reagiram e correram, abandonando a vítima, que ainda estava amarrada ao poste. O caso foi registrado como seqüestro e cárcere privado, já que E. ficou rodando pela favela com traficantes.





Fonte: O Dia

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