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Politica Brasil
Segunda - 30 de Outubro de 2006 às 06:03

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Atingido por denúncias de corrupção durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT deve passar por uma ampla reformulação interna num eventual segundo mandato, que o leve de volta às suas origens e dê mais transparência na gestão financeira da própria máquina partidária, defenderam neste domingo expoentes da legenda.

As discussões devem ocorrer em encontro nacional, que poderá acontecer já no início do próximo ano.

"O PT vai procurar fazer uma reforma interna muito profunda, reencontrando aqueles valores que estiveram presentes na nossa fundação e na maior parte da nossa trajetória", disse Marco Aurélio Garcia, presidente do PT e coordenador da campanha de reeleição do presidente Lula.

"O que o povo brasileiro pode esperar do PT para este segundo período é um partido que vai mobilizar a sociedade em defesa do governo. Ao mesmo tempo, vai exercer uma vigilância sobre o governo, porque PT é partido e governo é governo", disse Garcia a jornalistas após votar em um colégio da zona oeste da capital paulista.

Os ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) também reforçaram a necessidade de mudanças amplas no âmbito do PT, que atingiriam até mesmo a sua forma de funcionamento e de atuação política.

"O partido precisa fazer um grande debate interno e uma saudável autocrítica", afirmou Patrus Ananias, após acompanhar o voto do vice-presidente e companheiro de chapa de Lula, José Alencar, em um bairro nobre de Belo Horizonte.

"O PT deve adotar um código de ética interno, que vá além do que determina a legislação. Também é necessário estabelecer canais que imprimam maior transparência na gestão do partido, com um orçamento participativo, no qual todos os filiados saibam quanto é arrecadado e onde é aplicado o dinheiro", acrescentou Patrus Ananias.

Segundo ele, o encontro nacional do partido deve redefinir ainda a forma de relacionamento com as bases, organizações da sociedade civil e entidades dos movimentos sociais.

"Precisamos adicionalmente recuperar o nosso trabalho de formação política, tanto para os filiados quanto para os nossos diversos interlocutores da sociedade, estimulando o debate sobre um projeto nacional e o papel que caberá ao PT na sua execução", disse o ministro.

"Há um consenso no PT de que é preciso fazer uma reforma interna, a partir de um debate que defina um projeto para o país, a sustentação do governo Lula, os métodos de funcionamento do partido e a sua atuação política", disse Luiz Dulci, que também acompanhou José Alencar, no final da manhã deste domingo, até a sessão eleitoral do vice-presidente.

ESCÂNDALOS

Para Marco Aurélio Garcia, os escândalos que envolveram o partido, como o mensalão e a tentativa de compra de um dossiê contra tucanos, não atingiram a imagem da legenda. O partido decidiu realizar um congresso de reflexão no ano que vem. A princípio, no segundo semestre, com chances de ser adiantado para o primeiro, segundo Garcia.

Ele deixou em aberto a possibilidade de permanecer à frente do PT. Garcia assumiu a presidência do partido em meio à crise do dossiê, quando o deputado Ricardo Berzoini (SP) deixou o comando por suspeitas de envolvimento com o episódio.

"Nós vamos ver como vai se dar a transição. Esse problema vai ter seu tempo. O PT tem quadros com mais qualidade do que eu para ocupar essas funções", afirmou ele, que antes era assessor para assuntos internacionais da Presidência.

Garcia confirmou para esta noite, em um hotel de São Paulo, uma entrevista coletiva para comentar o resultado da eleição, quando é esperada a presença do presidente Lula, favorito no pleito.





Fonte: 24HorasNews

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