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Politica Brasil
Sexta - 27 de Outubro de 2006 às 23:00

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Os altos índices de intenção de votos que o candidato à reeleição presidencial Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possui em Pernambuco chamaram a atenção dos coordenadores jurídicos da campanha do petista para alertarem a população sobre possíveis riscos de fraude nas eleições no segundo turno. Em entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira, os advogados Arnaldo Novaes e Fábio Luiz Santos listaram algumas possibilidades em que o processo eleitoral pode ser corrompido, tomando como base fatos ocorridos no primeiro turno, no dia 1º de outubro.

Segundo os advogados, um dos desafios deste segundo turno é possibilitar que o maior número de eleitores votem, considerando que pode haver falta de transporte para conduzir as pessoas aos locais de votação, principalmente em municípios da zona rural do Estado. "Em 54 municípios onde os prefeitos apóiam Alckmin, houve mais de 20% de abstenção de votos. Houve indícios de que em 20 municípios motoristas ligados a prefeitos que apoiavam Alckmin se negaram a levar eleitores de Lula nos carros oficiais cedidos pelos municípios com essa finalidade", explicou o advogado Arnaldo Novaes.

Ele informou que o partido já acionou a Justiça Eleitoral para resolver essa deficiência de transportes. "Contactamos os juízes eleitorais para aumentar a oferta de transportes nesses municípios. Além disso, mobilizamos toda a equipe de fiscalização para ficar vigilante sobre o transporte oficial", avisou.

Outro risco identificado pelos coordenadores jurídicos da campanha de Lula em Pernambuco é a manipulação de votos de eleitores ausentes, por terceiros. "No interior, verificamos que algumas pessoas votaram no lugar de outras. Isso acontece mais facilmente no horário de almoço e no final da tarde, principalmente quando há contato do eleitor com alguém da seção", argumentou, exemplificando que houve registro de um caso semelhante em Betânia, município do sertão de Pernambuco.

Transmissão de disquetes alimentados em urnas clonadas e manipulação de urnas nos dias anteriores da eleição e após o processo legal de implantação das mídias também foram hipóteses de irregularidades levantadas pelos advogados. "Isso parecia algo descartado de acontecer, mas houve um caso em Garanhuns (agreste do Estado) que a urna foi apreendida e não teve prejuízo para o processo eleitoral", lembrou Novaes.

O caso dos santinhos apócrifos distribuídos no sertão do São Francisco no primeiro turno - que traziam a foto de Lula e o número do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) - também foi recordado pelos coordenadores jurídicos. Eles recomendaram ao eleitor que identifique casos desse tipo e queira fazer a denúncia que procure as autoridades policial ou judicial e apresente as provas.

O advogado Fábio Luiz Santos ressaltou que esse trabalho da coordenadoria jurídica é apenas preventivo e que a intenção é que, com isso, o pleito de domingo aconteça de forma tranqüila. "Não temos nenhuma desconfiança do procedimento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que trabalham de maneira transparente. Mas estamos no nosso direito de fiscalizar, faz parte da democracia", defendeu. Essa iniciativa da coordenação jurídica da campanha de Lula está sendo tomada em todos os estados das regiões Norte e Nordeste.





Fonte: Agência Nordeste

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