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Meio Ambiente
Sexta - 27 de Outubro de 2006 às 17:39
Por: João Carlos M. Caldeira

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Particularmente não gosto de utilizar palavras americanizadas ou de origem anglo-saxônica que ainda não tenham uma correspondente em português, mas ainda não encontrei em nossa língua pátria nenhuma similar a commodity.

No jargão dos economistas e do mercado financeiro, commodity é um produto, geralmente comercializado em larga escala nas bolsas de valores de todo o mundo, inclusive através de contratos futuros e com preço regido pelo mercado. Exemplos: ferro, aço, cobre, alumínio, soja, etc... . O termo tem ampliado sua abrangência e além de produtos físicos é utilizado também para marcas e patentes e até para projetos ecológicos voltados para o desenvolvimento sustentável e a redução das emissões de gases, também conhecida como crédito de carbono.

Somente no estado de Mato Grosso, 13 projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) estão em andamento e resultarão num faturamento de 17 milhões de dólares em vendas de créditos de carbono.

Para quem ainda não se informou sobre o assunto, crédito de carbono, sugiro que faça urgente uma pesquisa na internet. A idéia é utilizar o desenvolvimento dos negócios de forma sustentável e responsável, reduzindo a emissão de gás metano e gás carbono (CO2) na atmosfera e com isso, obter créditos no mercado internacional.

É como um bônus por bom comportamento diante do planeta e através desses bônus, oferece-los no mercado mundial, como uma commodity, aos países e empresas que ainda não tem um comportamento tão bom assim e precisam pagar por isso.

Isso só foi possível depois da ratificação do protocolo de Kioto, em 1997 no Japão, onde a maioria dos países (excluindo-se o maior poluidor do planeta, os Estados Unidos), assinaram o termo de compromisso de reduzir a emissão de gases tóxicos na atmosfera.

Atualmente o Carbono é comercializado a 10 dólares a tonelada e é uma commodity que movimenta cerca de 250 milhões de dólares somente no Brasil e está na pauta de exportação superando as vendas de plástico, laticínio e vestuário, por exemplo.

A cada dia a sociedade toma consciência dos graves problemas sociambientais e econômicos gerados por atividades que não respeitam a natureza, o meio ambiente e o ser humano em última instância.

Questões relacionadas ao desenvolvimento com sustentabilidade como energias renováveis, gestão de recursos hídricos, legislação ambiental, administração de resíduos sólidos poluentes e responsabilidade social, estão na pauta dos mais importantes organismos internacionais e do poder público responsável.

Preservar o meio ambiente, lutar pelo desenvolvimento ético e responsável, deixou de ser uma preocupação de ambientalistas radicais para se tornar uma maneira saudável e inteligente de ganhar dinheiro, principalmente em países em desenvolvimento e que ainda possuem uma biodiversidade importante como o Brasil.

Preservar o meio em que vivemos é uma commodity importantíssima e altamente rentável para Mato Grosso. Pode apostar!





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