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Politica Brasil
Sexta - 27 de Outubro de 2006 às 12:28

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O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, descartou nesta sexta-feira que um provável segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comece sob risco jurídico. Para o ministro, a hipótese de impugnação eleitoral de Lula pelo "escândalo do dossiê" não passaria de desejo da oposição.

"Eu não acredito na existência de crime eleitoral, não acredito em terceiro turno", disse Bastos a jornalistas, no estacionamento do Palácio da Alvorada, onde militantes do PT comemoraram o aniversário de Lula.

"Eu acho que o que vai acontecer domingo (dia das eleições), no milagre da democracia, é uma coisa que vai abrir um novo horizonte para o Brasil", acrescentou o ministro, descartando a possibilidade de uma batalha na Justiça Eleitoral. "O Direito Eleitoral exige basicamente que se tenha um proveito e, se houve proveito para alguém, não foi para a candidatura do presidente", disse Bastos, rejeitando a hipótese de impugnação da candidatura.

Para o ministro da Justiça, ainda não se pode provar que teria vindo de um caixa dois do PT —como chegaram a dizer fontes da Polícia Federal— os cerca de 1,7 milhão de reais apreendidos com o ex-policial Gedimar Passos, que trabalhava para a campanha de Lula e negociava a compra do dossiê.

"Caixa dois é o crime do dinheiro frio, sem origem, com sonegação... O dinheiro que não tá no banco, normalmente é caixa dois. Agora, não tem nada fechado. Não se sabe ainda qual é a origem real (do dinheiro)", disse o ministro..

Bastos classificou como "especulação" a tese de que um segundo mandato de Lula estaria sob risco jurídico. E apontou motivações políticas e eleitorais entre os que sustentam a tese.

"Isso tudo é ''wishful thinking'', é a vontade de que aconteça alguma coisa", afirmou, disse. "Não se pode esperar demais da natureza humana."

"As pessoas que se acostumaram a ganhar a vida toda eleição, que governam o país há centenas de anos, agora estão vendo que vão ser derrotadas e derrotadas de novo numa eleição que eles consideravam ganha", acrescentou.

Bastos concordou com a opinião do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, para quem não há crime eleitoral envolvendo Lula.

"Essa também é a minha opinião, mas é quase palpite, como todo mundo que está falando é palpite", afirmou o ministro.

"É preciso chegar ao fim dessa investigação, estabelecer todos os fatos e dar a esses fatos, depois de provados, uma configuração jurídica adequada."





Fonte: Reuters

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