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Politica Brasil
Sexta - 27 de Outubro de 2006 às 09:53

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O esforço do presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva de reconquistar o apoio do setor agrícola, na sua tentativa de reeleição no domingo, pode ser insuficiente e ter chegado tarde demais.

O início de seu primeiro mandato foi marcado por um ''boom'' nas exportações de commodities, da soja às carnes, confirmando a posição do Brasil como superpotência na área.

Mas os últimos anos foram de uma queda brusca nos preços, atribuída pelo setor a medidas do governo como a manutenção da moeda valorizada e gastos inadequados em defesa animal.

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, se saiu vitorioso no primeiro turno nos principais Estados produtores do Sul, Centro-Oeste e Sudeste. E isso pode ocorrer de novo no pleito do próximo domingo, embora Lula esteja acionando a máquina pública para conquistar a preferência.

O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, anunciou na semana passada que o governo irá liberar 1 bilhão de reais em ajuda para o setor de soja.

Os fundos foram anunciados após um encontro entre Lula e o governador reeleito de Mato Grosso, Blairo Maggi, que tem a maior fazenda de soja do mundo. O apoio de Maggi a Lula provocou sua desfiliação do PPS, que apóia Alckmin.

"É assim que a política é feita no Brasil. E se isso significa benefícios para o produtor, então somos a favor disso", afirmou Rui Prado, presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) do Estado.

APOIO AOS PEQUENOS

Se as pesquisas se confirmarem, Lula será reeleito no domingo, mas as reclamações dos produtores não vão acabar.

"A agricultura é definida pelo valor do câmbio no Brasil", disse o analista Fernando Muraro, da Agência Rural.

"Os produtores culpam o governo pelo real valorizado e crêem que ele tem sido lento para responder às crises."

O fortalecimento do real frente ao dólar, os preços mais altos do petróleo e a seca nos últimos anos provocaram a pior crise em décadas no setor de soja.

Em maio, produtores da oleaginosa protestaram bloqueando estradas, armazéns e portos em várias partes do Brasil.

Os produtores também reclamaram de atrasos do governo na liberação de recursos para o setor num momento de dificuldade.

Mas alguns segmentos do agronegócio ainda apóiam Lula, especialmente pequenos produtores familiares, para quem o governo aumentou os fundos.

"Os recursos para agricultores familiares cresceram bastante com Lula, mas os produtores comerciais foram deixados de lado", disse Rui Polidoro Pinto, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro).

A febre aftosa também surgiu em 2005, levando mais de 50 países a fecharem suas portas para a carne brasileira.

Grupos agrícolas e até o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, apontaram o atraso do governo na liberação de recursos para a área de defesa e sanidade animal como causa do problema, que afetou diretamente o desempenho do setor de carnes e comprometeu as receitas do país na exportação.

Alguns disseram que estes fatores combinados levaram à saída antecipada de Rodrigues do ministério.





Fonte: Reuters

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