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Internacional
Quinta - 26 de Outubro de 2006 às 10:34

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O segundo turno de uma eleição presidencial de alto risco vai confrontar no próximo domingo, na República Democrática do Congo (ex-Zaire), o atual presidente Joseph Kabila, o grande favorito, e o vice-presidente, o ex-chefe rebelde Jean-Pierre Bemba.

Apesar de um acordo de acantonar suas tropas, calculadas em Kinshasa em uns 6.000 homens da guarda presidencial e em mais de mil homens de Bemba, a atmosfera é agitada na capital desde os violentos enfrentamentos com armas pesadas que deixaram 23 mortos em agosto passado.

"Temos a impressão de viver ao lado de um vulcão", comentou o porta-voz da força européia da Eufor, tenente-coronel Thierry Fusalba.

A campanha eleitoral tem sido marcada por choques quase diários entre partidários de ambos os grupos.

"Estamos ante uma lógica de enfrentamentos, primeiro eleitoral e depois armado à medida que vão chegando os resultados", afirma um diplomata ocidental.

Cerca de 25 milhões de eleitores deverão escolher entre os dois homens que governaram juntos durante a transição política iniciada em 2003, depois de quase cinco anos de um combate mortífero chamado "a Guerra Mundial africana" pelo número de Estados envolvidos (sete).

O sucesso dessas primeiras eleições livres e democráticas em 41 anos no antigo Zaire será um fator de estabilização regional e abrirá as portas para a reativação econômica de um país com imensos recursos naturais, mas com uma dívida superior aos 12 bilhões de dólares, e arruinado por décadas de conflitos e má administração.

Joseph Kabila venceu o primeiro turno com 44,8% dos votos e, para o segundo turno, conta com o apoio de seu antigo inimigo, Antoine Gizenga (13%), e de Nzanga Mobutu (4,8%), filho do ditador Mobutu Sese Seko.

Jean-Pierre Bemba, que obteve 20%, recuperará os votos de uns quinze candidatos modestos que nada conseguiram no primeiro turno e tentará convencer a mais de dois milhões de eleitores que se abstiveram em Kinshasa e Kasai (centro).

Para um especialista eleitoral ocidental, "Kabila é favorito, mas em caso de dificuldade haveria problemas de segurança porque seus seguidores não estão nada dispostos a aceitar uma derrota".

A força européia da Eufor reforçou suas tropas em Kinshasa, onde dispõe agora de 1.400 homens, como apoio aos 17.600 "capacetes azuis" da Missão da ONU na RDC (Monuc), baseados essencialmente a leste do país, onde a violência não cessa.

A segurança estará a cargo de 80.000 policiais. Cerca de 30.000 observadores nacionais e 1.100 internacionais, além de 100.000 testemunhas dos partidos políticos, acompanharão o pleito.

Os resultados provisórios serão conhecidos em 19 de novembro e a posse do novo presidente está prevista para 10 de dezembro.





Fonte: AFP

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