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Politica Brasil
Quinta - 26 de Outubro de 2006 às 06:44

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O segundo turno da eleição presidencial pode perder a emoção na sempre acalorada reta final das grandes disputas. Depois do confronto do primeiro turno com um resultado final apertado, a nova pesquisa CartaCapital/Bandeirantes/Vox Populi, realizada entre os dias 16 e 17, aponta para um distanciamento de 20 pontos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin e sinaliza também, a 12 dias da eleição, que o petista está em ascensão e o tucano, em queda.

Lula saiu do primeiro turno com 48,6% dos votos (arredondados para 49%) na edição anterior da pesquisa, alcançou 51% e tem agora 57% na estimulada. Alckmin saiu do primeiro turno com 41,6% (arredondados para 42%), oscilou negativamente para 41% e voltou a 37%. O porcentual de Lula significa que, se a eleição fosse hoje, ele seria eleito com 61% dos votos válidos (excluídos brancos e nulos) e Alckmin teria 39%.

O confronto entre os dois já mostrou que, como ensina a tradição, a vitória só pode ser comemorada depois da apuração. Até porque certos petistas são imprevisíveis. No entanto, a pesquisa espontânea, admitida como uma decisão mais consolidada da intenção de voto do eleitor (ele cita de cabeça o nome do candidato), mostra que, efetivamente, Lula é, até agora, o preferido da maioria. Na espontânea, Lula mantém a frente de 20 pontos porcentuais com 56% das intenções de voto, e Alckmin com 36%.

Não há grandes alterações nas tendências apresentadas anteriormente pelos eleitores. Os números da nova pesquisa mantêm a preferência do eleitor mais pobre por Lula (73% contra 23%) e dos mais ricos por Alckmin (53% a 41%). Com o crescimento do apoio, Lula superou os adversários entre os eleitores da classe média mais pobre (56% a 37%) e conseguiu um empate numérico com o adversário entre a classe média mais rica. Ambos têm 47% das preferências na faixa de renda familiar entre 5 e 10 salários.

Na distribuição dos votos pelas regiões do País, Lula melhorou sua posição. Aumentou avassaladoramente a maioria no Nordeste e diminuiu a distância para Alckmin no Sul, onde o tucano lidera.

Uma das fragilidades da campanha de Alckmin, nesta etapa, parece estar nos programas eleitorais gratuitos. No primeiro turno havia uma avaliação equilibrada na opinião dos eleitores. Agora, a avaliação do programa do candidato do PT é muito maior. Para 52%, os programas de Lula são melhores. Para 37%, os melhores são feitos pelos tucanos. Quanto aos “comerciais” ou “torpedos”, aquelas transmissões curtas de cerca de 30 segundos vistas por 72% dos eleitores, os programas de Lula são também os mais admirados.

As marteladas na questão ética não parecem produzir, portanto, o efeito desejado. Tudo indica que esse caminho apenas consolida a posição dos que iam votar contra Lula e vice-versa. Entre os eleitores de Alckmin, 68% dizem que não votariam em Lula em hipótese alguma. Porcentual muito semelhante forma-se do outro lado, entre os eleitores lulistas: 67% não admitem votar no candidato tucano. Nessa linha de consolidação de ódio e amor há mais porcentuais parecidos: 87% dos eleitores de Alckmin já se dizem decididos e anunciam que não mudarão o voto. Entre os eleitores de Lula esse porcentual alcança 91%.

O fato mais importante na luta pela conquista de votos, no segundo turno, está no porcentual de 10% dos eleitores de Alckmin que se bandearam para Lula. Este, por sua vez, perdeu apenas 4% dos votos para o adversário. Isso mostra um dos traços mais favoráveis ao presidente, que busca a reeleição e demonstra, por outro lado, que o fraco da candidatura Alckmin, nestas alturas, tem sido a baixa capacidade de agregação.





Fonte: 24HorasNews

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