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Meio Ambiente
Quarta - 25 de Outubro de 2006 às 14:31

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O rio Amazonas, que corre do oeste para o leste, no passado fluía para o lado oposto, segundo um estudo a ser apresentado em um congresso de geologia na Filadélfia, Estados Unidos Pedras sedimentares na área central da América do Sul contêm minerais antigos que devem ter vindo do leste do continente, de acordo com o geólogo Russel Mapes.

Ele diz que isto significa que, há cerca de 145 a 65 milhões de anos, o Rio Amazonas corria de leste para oeste. A idade das pedras no continente sul-americano difere no leste e no oeste.

Pedras de cerca de 2,5 bilhões de anos foram encontradas no leste do continente. Por causa da atividade geológica contínua nos Andes, na parte oeste, as pedras são muito mais novas.

Mudanças de paisagem

Se o Amazonas sempre tivesse corrido para o leste, como faz agora, grãos muito mais jovens seriam encontrados nos sedimentos, porque eles teriam sido arrastados dos Andes para o rio.

"Nós não vimos nenhum. Ao longo de todo o vale, as idades dos grãos minerais apontavam para regiões muito específicas das áreas central e leste da América do Sul", disse Mapes, um estudante de graduação da Universidade da Carolina do Norte.

Ele explicou que estes sedimentos originados no leste foram arrastados de uma área mais alta formada no período Cretáceo, quando as placas tectônicas da América do Sul e da África se separaram uma da outra.

Isto pode ter provocado a mudança do curso do rio para o oeste, espalhando sedimentos de até dois bilhões de anos para o centro do continente.

Curso atual

Depois disso, uma ponta relativamente baixa, chamada arco Purus, se elevou no meio do continente, do norte ao sul. Isto dividiu o curso do Amazonas, fazendo com que metade correse em direção ao Atlântico e a outra para o oeste, em direção aos Andes.

No fim do período Cretáceo, grãos minerais com menos de 500 milhões de anos começaram a encher o vale entre os Andes - no oeste - e o arco que se estendia até o centro do continente.

Após milhões de anos de formação, o rio Amazonas finalmente abriu caminho por estes sedimentos e passou a correr pelo arco Purus para o lado leste da América do Sul. Isto estabeleceu o curso atual do rio.

As novas informações vêm do zircão, um tipo de grão mineral que pode ser datado para determinar a idade do sedimento.

Estudos anteriores identificaram um curso oposto do rio Amazonas, mas apenas em segmentos do rio. Mapes e seu colega Drew Coleman percorreram cerca de 80% da bacia do Amazonas, coletando amostras de zircão.

Seus dados sustentam as descobertas anteriores e ilustram a mudança de curso do rio ao longo do continente durante milhões de anos.

Os resultados do estudo dos dois geólogos serão apresentados no encontro anual da Sociedade Geológica da América, na Filadélfia, que se encerra no dia 25 de outubro.





Fonte: BBC Brasil

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