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Internacional
Quarta - 25 de Outubro de 2006 às 08:36

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Um grupo formado por 14 arqueólogos enviou uma carta ao presidente e ao primeiro-ministro do Iraque, pedindo o fim imediato do vandalismo que está destruindo os tesouros culturais do país árabe.

Os arqueólogos ressaltam a necessidade de preservar o legado cultural do Iraque, país considerado berço da civilização moderna e origem da escrita, da codificação das leis, da matemática, da medicina e da astronomia.

Na carta, que foi tema de uma reportagem publicada na edição de hoje do jornal britânico "The Times", os arqueólogos citam como exemplos de vandalismo o caso de uma escultura babilônica de um leão em terracota datada do ano 1700 a.C. e que teve a cabeça perdida durante uma tentativa de saque.

Também mencionam a destruição do minarete Ana, junto ao rio Eufrates, 310 quilômetros a oeste de Bagdá, que foi explodido por extremistas islâmicos aparentemente por medo de que fosse usado como posto de observação pelas tropas dos EUA.

A estrutura, construída em pedra no século VI d.C. e com 26 metros de altura, esteve ameaçada pela construção de uma represa em 1986 e, por ordem do Governo de Saddam Hussein, foi desmontada e transportada em dezoito pedaços para um lugar seguro.

"Depois de anos de pesquisas no Iraque, ensinando sua grande história e cultura e nos esforçando em chamar a atenção do mundo sobre os danos reais e potenciais causados pela guerra e suas conseqüências à herança cultural iraquiana, pedimos proteção para os museus, sítios arqueológicos e monumentos de todo o país", afirma o texto.

Entre os signatários da carta enviada ao Governo iraquiano estão McGuire Gibson, professor de Arqueologia Mesopotâmica da Universidade de Chicago, Robert McC. Adams, secretário emérito da Smithsonian Institution (EUA), e Leon DeMeyer, reitor emérito da Universidade de Gante (Bélgica).

Os arqueólogos sabem que os guardas do serviço iraquiano de antiguidades, que protegiam os sítios arqueológicos em todo o país, deixaram de receber o salário regularmente, e pedem que a as autoridades pague a eles e aumente o número de efetivos.

Segundo o professor Gibson, os danos sofridos pelas grandes cidades de Sumer e Babilônia foram "enormes".

Segundo o "The Times", não se sabe onde foram parar vários dos objetos roubados no país, mas há informações de que alguns foram oferecidos a ricos colecionadores dos países do Golfo e do Extremo Oriente.





Fonte: EFE

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