Acusado de assassinar sem-terra começa a ser julgado no Paraná
Os trabalhadores transitavam por uma estrada rural quando foram atacados. Durante a emboscada, o lavrador foi assassinado com vários tiros, um deles na cabeça. Outro trabalhador também ficou ferido.
O júri está sendo presidido pela juíza Elizabeth Khater enão tem hora prevista para terminar. Até o início da tarde, o acusado José Luis Carneirom já havia prestado depoimento e estavam sendo ouvidas agora as testemunhas de acusação, Pedro Carvalho e Luciano Cabral.
Segundo a integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Solange Engelmann, lembrou que hoje é mais uma tentativa de realização do julgamento, que foi marcado pela primeira vez para o dia 27 de outubro de 2005 e adiado porque o advogado do réu José Luis Carneiro renunciou 15 dias antes.
Depois foi agendado para o dia 10 de agosto de 2006, mas o defensor responsável pelo caso também renunciou na véspera do julgamento, e outros doisdefensores nomeados pela Juíza, também renunciaram. No dia do terceiro julgamento marcado para o dia 21 de setembro, desteano, apresentou-se o advogado Itacir Biazus que informou ser defensor do réu, a pedido dos proprietários da fazenda Água da Prata, e solicitou prazo para estudar o processo, sendo o júri novamente adiado.
De acordo com dados da ONG Terra de Direitos e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, de 1985 a 2005 ocorreram no Brasil 1.063 conflitos com morte. Foram assassinadas 1.425 pessoas, entre trabalhadores, lideranças sindicais ou de movimentos e agentes de pastoral. Destes crimes contra os trabalhadores, 78 foram julgados. Foram condenados 67 executores e 15 mandantes.
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