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Internacional
Terça - 24 de Outubro de 2006 às 18:45

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Um ex-embaixador de Ruanda em Paris disse nesta terça-feira que a França teve um papel ativo no genocídio ocorrido em 1994 no país.

Segundo o diplomata Jacques Bihozagara, o envolvimento francês teve como causa os temores do país europeu de perder influência na África.

Ele prestou depoimento em um tribunal que avalia se há indícios suficientes contra a França que justifiquem iniciar uma ação contra o país na Corte Internacional de Justiça.

O genocídio, que durou cem dias, deixou 800 mil mortos. A França nega culpa no massacre.

Bihozagara disse que, mesmo depois do genocídio, o governo francês não deteve suspeitos do genocídio que estariam vivendo na França.

"A França não expressou arrependimento", teria dito Bihozagara durante seu depoimento de três horas, segundo a agência de noticias France Presse.

O Tribunal está ouvindo 25 sobreviventes do genocídio, que alegam ter testemunhado o envolvimento francês.

Processo

Nas últimas semanas do genocídio, soldados franceses foram enviados a partes de Ruanda sob um mandato da Organização das Nações Unidas (ONU) - em uma operação conhecida como Operação Turquesa - para estabelecer uma zona protegida.

Os soldados teriam permitido que extremistas hutus entrassem em campos tutsi.

"A Operação Turquesa visava proteger apenas os responsáveis pelo genocídio, pois o genocídio continuou mesmo dentro da zona Turquesa", disse Bihozagara.

As conclusões do Tribunal devem sair dentro de seis meses.

Uma corte militar francesa está realizando uma investigação separada a respeito das alegações de que soldados franceses tiveram um papel no genocídio.

Separadamente, alguns dos mais importantes casos de genocídio de Ruanda já foram julgados pelo Tribunal Criminal Internacional para Ruanda (ICTR, sigla em inglês), que fica na cidade de Arusha, na Tanzânia.

Vinte e cinco líderes de grupos foram condenados desde 1997, mas o governo de Ruanda se mostrou frustrado com a lentidão no processo legal.





Fonte: BBC Brasil

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