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Internacional
Terça - 24 de Outubro de 2006 às 10:34

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A "situação alarmante" no Iraque foi ressaltada nesta terça-feira pelo comandante americano da Força Multinacional, George Casey, e pelo embaixador dos Estados Unidos, Zalmay Khalilzad.

No entanto, o general Casey afirmou que as forças armadas iraquianas poderão garantir a segurança do país dentro de 12 a 18 meses.

"Creio que dentro de 12 a 18 meses, (as forças) de segurança iraquianas serão totalmente capazes de se encarregar de sua própria segurança", declarou o general Casey em entrevista à imprensa em Bagdá ao lado do embaixador americano no Iraque, Zalmay Khalilzad.

Segundo o general Casey, as forças armadas iraquianas tiveram 300 "mártires" durante enfrentamentos com os insurgentes durante o mês de jejum do Ramadã, que acabou de terminar.

Por sua vez, Khalilzad disse que o governo iraquiano receberá antes do fim deste ano um calendário de ação no qual pedirá "que se comprometam a fazer o que for necessário" em matéria de segurança para continuar recebendo ajuda internacional.

O principal partido xiita do Iraque pediu nesta terça-feira a criação de uma grande região federal xiita, para pesadelo dos sunitas, que temem ser deixados de lado num país desmembrado. Nesta terça-feira, foram encontrados os cadáveres de 28 vítimas da violência confessional na capital.

No bairro de Karrada (centro), as forças americanas procuravam um soldado desaparecido.

Em plena festa do Aid al Fitr, que celebra o fim do mês de jejum do Ramadã, Abdel Aziz Hakim, presidente do Conselho Supremo da Revolução Islâmica no Iraque (CSRII), mencionou um problema que divide os iraquianos ao defender o federalismo diante de milhares de xiitas reunidos em frente ao domicílio em Bagdá. Hakim afirmou que se trata de uma defesa contra "a ditadura" e "um poder central injusto".

Ao defender a criação de uma grande região xiita, Hakim disse que "a melhor garantia para nosso povo é pôr em prática o federalismo nas províncias do centro e do sul. O federalismo garantirá a nossos filhos e netos que a injustiça do passado não se repetirá", acrescentou, referindo-se ao regime de Saddam Hussein, que se apoiou nos sunitas e reprimiu os xiitas em várias oportunidades.

Das 18 províncias iraquianas, as nove províncias do centro e do sul são majoritariamente xiitas e imensamente ricas em petróleo.

O Parlamento iraquiano adotou em 11 de outubro uma lei que instaura o federalismo dentro de 18 meses, para dar tempo de efetuar uma revisão da Constituição, a qual poderá tranqüilizar os sunitas.

A ministra britânica de Relações Exteriores, Margaret Beckett, interveio neste debate e não se opôs a uma eventual divisão, mas considerou que essa decisão deve ser tomada pelos iraquianos.

Já o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se opôs há uma semana a uma divisão do Iraque em três zonas autônomas, o que segundo ele ocasionaria "uma desordem" ainda maior e resultaria sobretudo em problemas com a Turquia, que se opõe a qualquer coisa que possa parecer com um Estado curdo.





Fonte: AFP

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