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Politica Brasil
Terça - 24 de Outubro de 2006 às 07:40
Por: Alcione dos Anjos

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Cerca de 500 pessoas entre mesários e secretários de prédios da Justiça Eleitoral que atuaram no primeiro turno em Juina (750 km de Cuiabá) participaram no sábado de uma reunião para os últimos esclarecimentos sobre a votação no dia 29 de outubro.A reunião foi agendada pelo juiz eleitoral da Comarca, Geraldo Fidélis, que conseguiu um feito histórico: todos os mesários e secretários de prédios de Juina nessas eleições são voluntários. A façanha ganhou destaque no noticiário nacional e até solgan: 100% voluntários, Juina Bom Exemplo. “Todos que estão aqui foram convidados não existe em Juina convocação para o trabalho o que gera melhor desempenho no dia da eleição, já que as pessoas trabalham satisfeitas, afinal quem gosta de ser obrigado a fazer alguma coisa. Eu não gostaria”, assume o juiz. “O slogan se deve ao fato de Juina ter sido uma das poucos, quem sabe a única cidade do Brasil a ter conseguido isso”, explica Fidelis.

O município que até então só aparecia em noticias negativas, como a devastação da floresta amazônica, exploração ilegal de madeira e pedras preciosas, de repente se transformou em exemplo de cidadania a ser seguido. Os cidadãos tiveram a auto-estima elevada e o assunto tomou conta da cidade, todos queriam ser voluntários. “Se nos anos anteriores era difícil convocar os mesários, este ano tivemos que dispensar as pessoas, por causa da quantidade de inscritos”, conta a chefe do cartório eleitoral, Alice Marques. Ela trabalha há 16 anos na localidade e diz que esta é a primeira vez que passa por essa situação. “Antes as pessoas preferiam ir presas a serem convocadas na fila de votação devido a falta de algum mesário no dia da eleição. Nesse pleito teve gente que ameaçou acionar a Justiça para garantir a vaga”, lembra.

Alice se refere ao professor Agnaldo Salles de 31 anos, que desde os 19 é convocado para o serviço de mesário e neste pleito tinha ficado de fora. “Eu fui até o cartório e perguntei porque não tinha sido convocado, eles justificaram que foi pelo número de voluntários que apareceram. E se eu me inscrevesse apenas, teria que ficar na fila de espera e só iria trabalhar se alguém desistisse. E eu não queria esperar, queria minha vaga, por isso ia na justiça”, revela o professor. “Sempre gostei de ser mesário, fazia o serviço direitinho. Sem a convocação me senti até inútil”, desabafa.

Para solucionar o problema o juiz resolver utilizar o maior número de voluntários possível. A 35ª Zona Eleitoral, que atende Juina, precisava de 368 mesários e mais 25 secretários de prédios, os outros viraram recepcionistas, ajudante de cozinha, preenchedores de fichas de justificativa, orientadores de filas e tudo mais que a criatividade e a organização permitiu.




Fonte: Folha do Estado

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