Delegado pedirá mais prazo para investigação de acidente com avião da Gol

O delegado da Polícia Civil, Luciano Inácio da Silva, responsável pelo inquérito do acidente envolvendo um jato Legacy e um avião da Gol, pedirá prorrogação de prazo para concluir as investigações.

A uma semana do término do trabalho, ele pretende ouvir controladores de vôo de São José dos Campos (SP), Brasília e Manaus (AM); ouvir novamente o piloto e co-piloto do jato, Joseph Lepore e Jan Paladino; e receber a análise das caixas-pretas das duas aeronaves.

"Não dá para concluir pelo o que estou vendo. Vou pedir prazo, que seria de mais 30 dias", disse ele à Reuters, acrescentando que tem "uma semana para agendar e ouvir controladores, receber dados da caixa-preta e fazer relatório minucioso".

Ele já encaminhou ofício à Aeronáutica para ouvir os controladores.

De acordo com o delegado é imprescindível ouvi-los e, caso seja necessário, como pede o rito natural do inquérito, fará novo depoimento com os pilotos do jato. "Se as informações dos controladores forem divergentes da dos pilotos, eles terão que ser ouvidos", afirmou.

A Polícia Federal também tem como prioridade ouvir os mesmos controladores de vôo. As duas polícias investigam o caso paralelamente porque a Justiça ainda não definiu a competência sobre a investigação, o que deve ocorrer após a conclusão dos inquéritos.

O Legacy, fabricado pela Embraer, chocou-se com um Boeing da Gol no dia 29 de setembro. Todas as 154 pessoas a bordo do vôo 1907, que fazia o trajeto Manaus-Rio de Janeiro, morreram após a queda da aeronave no norte do Mato Grosso. O Legacy pousou em segurança na Base Aérea da Serra do Cachimbo, no Pará. Foi o pior acidente da história da aviação brasileira

Equipes de resgate da Força Aérea Brasileira e do Exército ainda procuram o corpo da última vítima do acidente na região da tragédia, o cilindro de voz da caixa-preta e outros destroços da aeronave que possam auxiliar nas investigações.