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Politica Brasil
Segunda - 23 de Outubro de 2006 às 20:58

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Os coordenadores de campanha dos dois presidenciáveis, Marco Aurélio Garcia e Sérgio Guerra, trocaram farpas nesta segunda-feira sobre os rumos do segundo turno. Guerra acusou o governo de manipulação e disse o PT não é mais um partido de esquerda, enquanto, para Garcia, o PSDB subestima os eleitores.

"Não tem esquerda nesta campanha, a Heloísa Helena (senadora do PSOL, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno) não está mais concorrendo. Um governo populista não é um governo de esquerda", alfinetou Guerra.

Ele classificou como atitudes eleitoreiras, de direita e até "terroristas" do PT, afirmar que os tucanos vão retomar a privatização de estatais caso cheguem novamente ao governo.

"As pessoas confundem populista com popular. O eleitorado brasileiro não deve ser subestimado, não há manipulação", rebateu Garcia, acrescentando que, quando ouve alguém dizer que não existe esquerda e direita no país, essa é uma visão de direita.

"O povo está discernindo muito bem o lado que o beneficia", acrescentou.

Os coordenadores da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) participaram de um debate de cerca de duas horas nesta manhã promovido pelo jornal Folha de S.Paulo. Guerra voltou a acusar os petistas de promover um golpe ao levantar o tema das privatizações no segundo turno.

"Eles (os petistas) criaram uma falsa questão (das privatizações) com o objetivo de confundir a opinião pública, para confundir o eleitor brasileiro e atrapalhar a democracia brasileira... Fui do PSB muitos anos, votei em Lula três vezes. Não tem mais nada de esquerda coisa nenhuma. O que a esquerda tem a ver com os 'delúbios' da vida, com esses personagens que têm aí?", questionou Guerra. "Isso não tem nada a ver com a democracia nem com a história do PT."

"Não é terrorismo eleitoral (a questão da privatização), como diz a oposição, é o aroma que exala de toda a trajetória política (do PSDB)", rebateu Garcia.

Sobre a reta final da campanha, os dois coordenadores disseram que os candidatos pretendem manter a mesma linha adotada até agora. Ambos devem reduzir, no entanto, o ritmo de caminhadas e comícios, já que a semana será marcada por entrevistas, sabatinas e debates.

Guerra fez questão de afirmar que as próximas pesquisas de intenção de votos vão apontar mudanças no atual cenário. Segundo os últimos levantamentos, Lula mantém uma vantagem de cerca de 20 pontos em relação a Alckmin.

"As próximas pesquisas serão as melhores, os próximos dois ou três dias serão importantíssimos. Vamos chegar à eleição competitivos", garantiu Guerra. "O povo está se esclarecendo e no dia da eleição vamos ter um resultado que muita gente vai se surpreender", disse.

Garcia negou que Lula tenha dividido a população, tornando-se um candidato apenas das camadas mais pobres.

"As pesquisas demonstram que temos crescimento em todas as classes sociais", afirmou.

O coordenador da campanha de Lula também fez questão de rebater as declarações da oposição de que, caso o presidente seja reeleito, haverá um "terceiro turno".

"É uma quimera da oposição. Este país tem instituições e ninguém vai levar no tapetão. Nós vamos resolver isso através do pronunciamento da vontade popular. Os problemas pendentes serão resolvidos no âmbito dos tribunais", disse Garcia a jornalistas após o debate.





Fonte: Folha de S. Paulo

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