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Internacional
Segunda - 23 de Outubro de 2006 às 15:46

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O Irã concluiu uma segunda cascata de 164 centrífugas de gás para enriquecer urânio, em desafio ao Conselho de Segurança da ONU, que exige a interrupção destas atividades sob a ameaça de sanções, indicaram hoje fontes ligadas à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Os diplomatas consultados pela Efe em Viena lembraram que as atividades do Irã correspondem às advertências que os inspetores da agência nuclear da ONU haviam feito em seu último relatório sobre o Irã, no final de agosto.

Os inspetores assinalaram que o país preparava a construção de uma segunda cascata de 164 centrífugas para prosseguir com o enriquecimento de urânio, um material muito sensível, devido a seu possível uso tanto para fins civis, quanto para militares.

O urânio enriquecido é a matéria-prima utilizada para a fabricação do combustível nuclear utilizado em usinas de energia atômica.

O Conselho de Segurança de Segurança da ONU aprovou em 31 de julho uma resolução na qual exigia ao Irã que suspendesse todos os seus projetos de enriquecimento de urânio até 31 de agosto, sob a ameaça de ser punido com sanções diplomáticas e comerciais, algo que até agora não ocorreu.

Segundo os diplomatas consultados hoje, os técnicos iranianos não introduziram urânio em gás (UF6) nas cascatas.

Uma das fontes disse à Efe que, desta forma, o país pode seguir adiante com suas pesquisas sem correr o risco de ser acusado de produzir urânio enriquecido, um material permitido pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), mas controverso, por seu possível uso militar.

Segundo o diplomata, o Irã planeja construir outras cascatas.

Milhares destas instalações teriam que ser construídas, no entanto, para que o país pudesse produzir urânio enriquecido para uso industrial.

Teerã anunciou a intenção de instalar no futuro em sua usina subterrânea de enriquecimento de urânio, em Natanz (centro do país) cerca de 50 mil centrífugas.

Em abril deste ano, técnicos iranianos conseguiram produzir pela primeira vez urânio pouco enriquecido, com grau de pureza inferior a 5%.

Para fabricar bombas atômicas, é necessário urânio altamente enriquecido, com uma pureza superior a 90%.

Estados Unidos e a União Européia (UE) suspeitam que Teerã tenha intenções militares com seu programa nuclear.

O Irã, o segundo maior exportador de petróleo da Opep, afirma que seus objetivos são pacíficos, e que deseja produzir energia.

A UE tentou durante meses convencer o país a suspender essas atividades, e vem tentando encontrar uma via pacífica para resolver o conflito.





Fonte: EFE

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